Há muitos anos está em uso no Pará a Myristica sebifera,
uma espécie de noz moscada, afim de preparar uma espécie de cera das sementes
cozidas e expremidas,, particularmente porém do ariloque as envolve, e que
conhecemos, da noz moscada genuína pelo nome de macis. Seria de se desejar que
fossem quimicamente determinadas as relações existentes entre a cerina e a
miricina, nesta substancia. É utilizada com proveito em velas, e como os frutos
pertencem a uma árvore grande e que não é rara, é fácil a obtenção de
considerável quantidade desta substância. Obtive pelo Sr. Schadelook substancia
parecida, conservada em tubos ocos e obtida por maneira análoga de uma espécie de
Myristica a Bicuiba ou Uicuiba, que
denomino M. Officinalis, e que nasce nas matas de Ilheus, um município da
Bahia. Os índios e os colonos civilizados daquela região utilizam esta
substancia, que é de cor amarela e mais fluida, de sabro irritante em virtude
de não pequeno teor de resina e óleo essencial, frequentemente em fricções
contra dores reumáticas, artríticas e hemorroidárias, e ainda contra cólicas.
Pode ser, de algum modo considerada Balsamo
Nucistae natural, e emprega como o mesmo. A preparação pelo indígena é
evidenciada pelo modo grosseiro de acondicionamento, em cilindros ocos de gramíneas
arboríferas.
A Radix Contrayerva
aqui apresentada é a mais frequente espécie da Bahia. Origina-se da Dorstenia
brasiliensis e daquela planta, que vulgarisei sob o nome de Dorstenia opifera. As raízes da ultima
são mais feculentas, porém menos aromáticas que as da D. Brasiliensis e são, de
resto, empregadas do mesmo modo que aquelas.
O Brasil não pode se ufanar, com efeito de possuir uma
casca de quina que possa cotejar com as melhores espécies peruans, no entanto
pertencem aos excelentes febrífugos varias drogas, que conhecemos como casca de
quina brasileira. Esta, que tenho a honra de aqui em primeiro lugar apresentar,
é a genuína “quina do Rio de Janeiro”, atribuída erroneamente pelo médico e
literato de mérito Manoel Joaquim Henriquez de Paiva na Bahia, e por outros médicos
brasileiros, à Coutarea speciosa,
Aubl porém identificada como Buena
hexandra recentemente pelo meu sábio amigo Dr. Pohl em Viena. Esta árvore
cresce, frequentemente, nas selvas ao longo da cordilheira, litoral entre Rio
de Janeiro e a Bahia, e de preferência em certa altitude de mil a 1200 pés
acima do nível do mar. Sua casca nos vem em pedaços grandes, grossos e
enrolados, tem considerável específico e se distingue das epécies peruanas de
quina, exteriormente pela grossura, pela superfície desigual e fendida, provida
de epiderme acinzentada ou branca amarelada, e ainda interiormente pela
coloração castanha mais escura.
Bibliografia:
MARTIUS, Von – Sobre Algumas Drogas Brasileiras – Revista da Flora Medicinal –
1936 – Tradução do farmacêutico Oswaldo Riedel
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