sexta-feira, 24 de maio de 2013

Psoralea glandulosa


Esta planta interessante, conhecida somente em certas localidades do sul do país, é uma leguminosa, papilonacea, da tribu das Psoralicas, que Linneu chamou de Psoralea glandulosa.
Psoralea glandulosa
O nome vulgar do Colé , ou Culé é uma adaptação da palavra que caracteriza esta espécie nas Repúblicas vizinhas; no Uruguai tratam-na de Cutes.
É um arbusto de dois ou três metros de altura, coberto em todas as suas partes de glândulas resinosas escuras, é bastante nodosa e frágil. Suas folhas compostas são trifoliadas e os folíolos lanceolados agudos possuem bordos inteiros.
As flores reunidas em pequenos cachos que nascem da axila das folhas são evidentemente pedunculadas e apresentam uma cor levemente azulada.
Os frutos são legumes ovais compressos, pubescente, acuminados e só contem uma semente; representam o caso interessante de um legume indecente, isto é, conserva-se fechado mesmo depois de maduro.
O Colé é indígeno do Chile e do Peru, encontra-se também na Argentina, no Uruguai e é a única espécie do gênero que se encontra no Brasil meridional, provavelmente introduzido pela cultura. Aqui é bastante conhecido e existe até nos quintais da cidade, apreciado e até cultivado como planta meridional.
A parte comumente usada para este fim são as folhas cuja infusão é preconizada nas doenças de estomago e tem também aplicação nas lavagens das feridas. Usa-se a casca nos casos de embaraço e de diarreia das crianças em quanto raízes tem propriedades eméticas
Do ponto de vista científico, pelo que sabemos estas propriedades não foram ainda suficientemente estudadas.
Salsa brava
Trata-se de um arbusto que pode alcançar até dois metros de altura, que às vezes se torna trepador e que pertence à família das Verbenaceas. Muitos são os nomes vulgares que lhe atribuem os autores sendo, entretanto, o de Salsa brava o que mais comumente a distingue na nossa região Sul: Cambará de Espinho, Cambará Chumbo, são sinônimos vulgares no norte do país. Cientificamente é a Lantana camara de Linneu hoje identificada com a Lantana aculeata do mesmo autor.
Encontra-s esta verbenácea por todo o Brasil, sendo que em Santa Catarina é bastante vulgar em qualquer terreno, cultivado ou não, quer solto ou compacto e caracteriza os lugares secos; onde se expande, com facilidade. Por causa das suas flores douradouras e variáveis foi introduzida em numerosos países, onde, porém tornou-se praga invasora a ponto de ter sido depois perseguida por todos os meios.
Do ponto de vista medicinal oferece um óleo aromático amarelado e alcaloide lantanina, de grande efeito contra as febres, até as mais rebeldes. As folhas, além de febrífugas, são tônicas, sudoríficas, uteis nas afecções bronco-pulmonares e gozam ainda de boa reputação contra o reumatismo e a sarna, usada em banhos
As raízes são antiasmáticas e peitorais, usadas em chá ou então na composição de xaropes.
O chá faz-se na proporção de uma parte de raiz para vinte e cinco de água fervendo; o xarope deve conter quatro partes de raiz em oitenta de água e se deve tomar três colheres de sopa por dia.

Bibliografia: Almanaque Agrícola Brasileiro 1932-1933 – Alguns Elementos da Flora Medicinal do Sul do Brasil.

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