Esta planta
interessante, conhecida somente em certas localidades do sul do país, é uma
leguminosa, papilonacea, da tribu das Psoralicas, que Linneu chamou de Psoralea glandulosa.
Psoralea glandulosa |
O nome vulgar
do Colé , ou Culé é uma adaptação da palavra que caracteriza esta espécie nas
Repúblicas vizinhas; no Uruguai tratam-na de Cutes.
É um arbusto
de dois ou três metros de altura, coberto em todas as suas partes de glândulas
resinosas escuras, é bastante nodosa e frágil. Suas folhas compostas são
trifoliadas e os folíolos lanceolados agudos possuem bordos inteiros.
As flores
reunidas em pequenos cachos que nascem da axila das folhas são evidentemente pedunculadas
e apresentam uma cor levemente azulada.
Os frutos são
legumes ovais compressos, pubescente, acuminados e só contem uma semente; representam
o caso interessante de um legume indecente, isto é, conserva-se fechado mesmo
depois de maduro.
O Colé é
indígeno do Chile e do Peru, encontra-se também na Argentina, no Uruguai e é a única
espécie do gênero que se encontra no Brasil meridional, provavelmente
introduzido pela cultura. Aqui é bastante conhecido e existe até nos quintais
da cidade, apreciado e até cultivado como planta meridional.
A parte
comumente usada para este fim são as folhas cuja infusão é preconizada nas
doenças de estomago e tem também aplicação nas lavagens das feridas. Usa-se a
casca nos casos de embaraço e de diarreia das crianças em quanto raízes tem
propriedades eméticas
Do ponto de
vista científico, pelo que sabemos estas propriedades não foram ainda suficientemente
estudadas.
Salsa brava
Trata-se de
um arbusto que pode alcançar até dois metros de altura, que às vezes se torna
trepador e que pertence à família das Verbenaceas. Muitos são os nomes vulgares
que lhe atribuem os autores sendo, entretanto, o de Salsa brava o que mais
comumente a distingue na nossa região Sul: Cambará de Espinho, Cambará Chumbo,
são sinônimos vulgares no norte do país. Cientificamente é a Lantana camara de Linneu hoje
identificada com a Lantana aculeata
do mesmo autor.
Encontra-s esta
verbenácea por todo o Brasil, sendo que em Santa Catarina é bastante vulgar em
qualquer terreno, cultivado ou não, quer solto ou compacto e caracteriza os
lugares secos; onde se expande, com facilidade. Por causa das suas flores
douradouras e variáveis foi introduzida em numerosos países, onde, porém tornou-se
praga invasora a ponto de ter sido depois perseguida por todos os meios.
Do ponto de
vista medicinal oferece um óleo aromático amarelado e alcaloide lantanina, de
grande efeito contra as febres, até as mais rebeldes. As folhas, além de febrífugas,
são tônicas, sudoríficas, uteis nas afecções bronco-pulmonares e gozam ainda de
boa reputação contra o reumatismo e a sarna, usada em banhos
As raízes são
antiasmáticas e peitorais, usadas em chá ou então na composição de xaropes.
O chá faz-se
na proporção de uma parte de raiz para vinte e cinco de água fervendo; o xarope
deve conter quatro partes de raiz em oitenta de água e se deve tomar três
colheres de sopa por dia.
Bibliografia:
Almanaque Agrícola Brasileiro 1932-1933 – Alguns Elementos da Flora Medicinal
do Sul do Brasil.
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