sexta-feira, 19 de julho de 2013

Urtiga

Também esta erva má, tão irritante pelas queimaduras que produz na nossa pele, merece ser incluída na lista das plantas medicinais que se encontram neste Estado, como já foi incluída entre as industriais, devido a certas particularidades que a tornam verdadeiramente preciosa.
Queremos falar da Urtiga verdadeira, Urtica urens. Introduzida na Europa e agora cosmopolita, vulgar em qualquer parte mesmo em terrenos não cultivados e pedregosos.
É uma pequena erva que pode atingir até trinta centímetros e mais de altura, com folhas opostas, longamente pecioladas, pequenas sub-redondas, quando novas e inferiores, ovais mais ou menos agudas depois, e superiormente inciso-serrilhadas, flores em cacho na axila das folhas esverdeadas e unissexuadas (planta monoica) as masculinas tem quatro estames, as femininas um ovário com um estigma. O fruto é um pequeno aquênio coberto pelo perigonio.
Urtica urens
Todas as plantas se acham protegida por numerosos pelos urticantes, isto é, que queimam devido a um líquido que inoculam no momento da ferida.
Deixando de falar de outras propriedades reconhecidas nesta urticacea, pois que é sabido que se pode comer como verdura, depois de cozida, que misturada com outro pasto é forrageira de certo valor, que a raiz e as folhas servem para tingir respectivamente em amarelo e verde, e que as fibras das raízes e dos caules são aproveitadas diversamente na indústria têxtil, lembraremos que a Urtiga tem varias propriedades medicinais que a tornam bastante interessante.
Antes de tudo, as ramas verdes e urticantes podem ser usadas batendo com elas as partes do corpo que precisem do efeito irritante o que se chama “produzir urticações”, como era o caso de reumatismos e até paralisias.
As folhas contusas empregam-se externamente para tratar feridas e ulceras e delas extrai-se também o suco e se faz infusões, xaropes e alcoolaturas.
O suco das hastes e das folhas usa-se nas hemoptises, hemorragias, leucorreia na proporção de uma colher das de soja, de hora em hora. O xarope feito com o extrato da planta também contra as hemoptises e até é tido como um específico na proporção de uma e até oito colheres das de sopa por dia. A alcoolatura serve para combater as moléstias cutâneas tomadas de 1 a 10grs por dia.
Quanto à infusão das partes frescas, chá, é usada para combater mais ou menos as mesmas doenças, variando simplesmente as doses. Assim, como diurética, ou contra os catarros pulmonares e nas hemoptises serve a proporção de 60 por mil, tomando um cálice da mesma de meia em meia hora. Contra as diarreias, bastam 12grs para 600 ml de água fervendo, uma xícara de duas em duas horas e contra as moléstias cutâneas dez gramas em cada 100 de água.
Uma infusão vinosa das folhas é bom remédio para combater as febres intermitentes, proporção de 10 por cento tomando alguns cálices por dia.


Bibliografia: Almanaque Agrícola Brasileiro 1932-1933 – Dr. Ernesto Ronna – Algumas plantas da Flora Medicinal do Sul do Pais.

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