Também esta
erva má, tão irritante pelas queimaduras que produz na nossa pele, merece ser
incluída na lista das plantas medicinais que se encontram neste Estado, como já
foi incluída entre as industriais, devido a certas particularidades que a
tornam verdadeiramente preciosa.
Queremos
falar da Urtiga verdadeira, Urtica urens.
Introduzida na Europa e agora cosmopolita, vulgar em qualquer parte mesmo
em terrenos não cultivados e pedregosos.
É uma pequena
erva que pode atingir até trinta centímetros e mais de altura, com folhas
opostas, longamente pecioladas, pequenas sub-redondas, quando novas e
inferiores, ovais mais ou menos agudas depois, e superiormente inciso-serrilhadas,
flores em cacho na axila das folhas esverdeadas e unissexuadas (planta monoica)
as masculinas tem quatro estames, as femininas um ovário com um estigma. O
fruto é um pequeno aquênio coberto pelo perigonio.
Urtica urens |
Todas as
plantas se acham protegida por numerosos pelos urticantes, isto é, que queimam
devido a um líquido que inoculam no momento da ferida.
Deixando de
falar de outras propriedades reconhecidas nesta urticacea, pois que é sabido
que se pode comer como verdura, depois de cozida, que misturada com outro pasto
é forrageira de certo valor, que a raiz e as folhas servem para tingir
respectivamente em amarelo e verde, e que as fibras das raízes e dos caules são
aproveitadas diversamente na indústria têxtil, lembraremos que a Urtiga tem
varias propriedades medicinais que a tornam bastante interessante.
Antes de
tudo, as ramas verdes e urticantes podem ser usadas batendo com elas as partes
do corpo que precisem do efeito irritante o que se chama “produzir urticações”,
como era o caso de reumatismos e até paralisias.
As folhas
contusas empregam-se externamente para tratar feridas e ulceras e delas extrai-se
também o suco e se faz infusões, xaropes e alcoolaturas.
O suco das hastes
e das folhas usa-se nas hemoptises, hemorragias, leucorreia na proporção de uma
colher das de soja, de hora em hora. O xarope feito com o extrato da planta
também contra as hemoptises e até é tido como um específico na proporção de uma
e até oito colheres das de sopa por dia. A alcoolatura serve para combater as
moléstias cutâneas tomadas de 1 a 10grs por dia.
Quanto à
infusão das partes frescas, chá, é usada para combater mais ou menos as mesmas
doenças, variando simplesmente as doses. Assim, como diurética, ou contra os
catarros pulmonares e nas hemoptises serve a proporção de 60 por mil, tomando
um cálice da mesma de meia em meia hora. Contra as diarreias, bastam 12grs para
600 ml de água fervendo, uma xícara de duas em duas horas e contra as moléstias
cutâneas dez gramas em cada 100 de água.
Uma infusão
vinosa das folhas é bom remédio para combater as febres intermitentes,
proporção de 10 por cento tomando alguns cálices por dia.
Bibliografia:
Almanaque Agrícola Brasileiro 1932-1933 – Dr. Ernesto Ronna – Algumas plantas
da Flora Medicinal do Sul do Pais.
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