quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Figuras ilustres do naturalismo brasileiro do começo do século XX falam sobre Theodoro Peckolt

Em 21 de setembro de 1912 faleceu no Rio de Janeiro o maior naturalista que o Brasil conheceu naqueles anos dourados para os estudos da Flora Brasileira. Para fazer o seu necrológico o botânico e naturalista H. Von Hering não economizou figuras ilustres da época para falar de Peckolt.

Fala H. C. Carpenter:” É sábio que os homens que possuem virtudes e dons excepcionais entregam-se e dedicam-se às suas vocações, pouco se importando muitas vezes do juízo que deles fazemos, antes querendo trabalhar no silêncio, com receio de serem perturbados nas árduas tarefas a que se entregam. Theodoro Peckolt, está incluído no número destes homens extraordinários que só tem em vista realizar a vocação extraordinária que o destino lhe traçou e ter como prazer e honra a satisfação do homem que cumpriu o seu dever. Pouco conhecido entre os grande público por excessiva modéstia que o caracterizava, deixa, não obstante, inúmeros amigos e discípulos”.
Segundo Von Hering os trabalhos de Peckolt foi totalmente dedicado à flora brasileira. “Poucos brasileiros podem avaliar o valor técnico deste trabalho, Theodoro gastou 65 anos de sua vida produtivas dedicando-se a procurar princípios ativos em nossa flora”.
Muitas centenas de especialidades farmacêuticas ele tornou conhecida nos centros científicos da Europa. Para ele “teve a honra de ser o primeiro a ter conhecimento de suas propriedades para que outros as explorassem em proveito de seus semelhantes”.
Segundo Von Hering, Peckolt analisou aproximadamente seis mil plantas qualitativa e quantitativamente, todas elas nativas. Desconhecidas, ou utilizada empiricamente, sem que suas propriedades físicas e químicas fossem conhecidas. Seu trabalho não era descoordenado, mas, como em todos os atos de sua vida, se desenvolveu com precisão do mais rigoroso método.
Theodoro Peckolt não descansava aos domingos: desde a manhã até altas horas da noite, dedicava-se á botânica, classificação de plantas e registro dos trabalhos científicos que havia executado durante a semana.
Nasceu aos 13 de julho de 1822 em Pechern (Niderlausitz), na Silésia, província alemã. Foram seus pais o Capitão lanceiros Carlos Peckolt, fazendeiros e dona Eleonora Alckermann Peckolt.
Filho de pais pobres teve rudes princípios e triunfou na vida só confiando em seu trabalho, que foi por ele honrado. Imortalizou seu nome através das conquistas alcançadas por meio de muito e metódico trabalho ao longo de sua vida.
Peckolt aportou no Brasil em novembro de 1874 e começou a exploração do país. Viveu aqui 65 anos viajava para colher material para análise no lombo de um cavalo que comprara com suas economias. Naquela época não havia estradas de ferro e os caminhos eram os mais primitivos ainda assim, esteve por todo o Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.
Em novembro de 1851 abriu uma farmácia na cidade de Cantagalo, próximo a Nova Friburgo no estado do Rio de Janeiro, onde residiu por 17 anos. Ganhou ai o profundo conhecimento de nossa flora que o distinguiu.
Esta é a nossa homenagem a quem dedicou sua vida a conhecer a Flora Brasileira.

Bibliografia: Revista da Flora Medicinal – 1949 – H. Von Lhering


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