Em 21 de
setembro de 1912 faleceu no Rio de Janeiro o maior naturalista que o Brasil
conheceu naqueles anos dourados para os estudos da Flora Brasileira. Para fazer
o seu necrológico o botânico e naturalista H. Von Hering não economizou figuras
ilustres da época para falar de Peckolt.
Fala H. C.
Carpenter:” É sábio que os homens que possuem virtudes e dons excepcionais
entregam-se e dedicam-se às suas vocações, pouco se importando muitas vezes do juízo
que deles fazemos, antes querendo trabalhar no silêncio, com receio de serem
perturbados nas árduas tarefas a que se entregam. Theodoro Peckolt, está
incluído no número destes homens extraordinários que só tem em vista realizar a
vocação extraordinária que o destino lhe traçou e ter como prazer e honra a
satisfação do homem que cumpriu o seu dever. Pouco conhecido entre os grande
público por excessiva modéstia que o caracterizava, deixa, não obstante,
inúmeros amigos e discípulos”.
Segundo Von
Hering os trabalhos de Peckolt foi totalmente dedicado à flora brasileira. “Poucos
brasileiros podem avaliar o valor técnico deste trabalho, Theodoro gastou 65 anos de sua vida produtivas dedicando-se a procurar princípios ativos em nossa flora”.
Muitas
centenas de especialidades farmacêuticas ele tornou conhecida nos centros
científicos da Europa. Para ele “teve a honra de ser o primeiro a ter
conhecimento de suas propriedades para que outros as explorassem em proveito de
seus semelhantes”.
Segundo Von
Hering, Peckolt analisou aproximadamente seis mil plantas qualitativa e
quantitativamente, todas elas nativas. Desconhecidas, ou utilizada
empiricamente, sem que suas propriedades físicas e químicas fossem conhecidas.
Seu trabalho não era descoordenado, mas, como em todos os atos de sua vida, se
desenvolveu com precisão do mais rigoroso método.
Theodoro Peckolt
não descansava aos domingos: desde a manhã até altas horas da noite,
dedicava-se á botânica, classificação de plantas e registro dos trabalhos
científicos que havia executado durante a semana.
Nasceu aos 13
de julho de 1822 em Pechern (Niderlausitz), na Silésia, província alemã. Foram
seus pais o Capitão lanceiros Carlos Peckolt, fazendeiros e dona Eleonora
Alckermann Peckolt.
Filho de pais
pobres teve rudes princípios e triunfou na vida só confiando em seu trabalho,
que foi por ele honrado. Imortalizou seu nome através das conquistas alcançadas
por meio de muito e metódico trabalho ao longo de sua vida.
Peckolt
aportou no Brasil em novembro de 1874 e começou a exploração do país. Viveu
aqui 65 anos viajava para colher material para análise no lombo de um cavalo
que comprara com suas economias. Naquela época não havia estradas de ferro e os
caminhos eram os mais primitivos ainda assim, esteve por todo o Rio de Janeiro,
Espírito Santo e Minas Gerais.
Em novembro
de 1851 abriu uma farmácia na cidade de Cantagalo, próximo a Nova Friburgo no
estado do Rio de Janeiro, onde residiu por 17 anos. Ganhou ai o profundo
conhecimento de nossa flora que o distinguiu.
Esta é a
nossa homenagem a quem dedicou sua vida a conhecer a Flora Brasileira.
Bibliografia:
Revista da Flora Medicinal – 1949 – H. Von Lhering
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