No Brasil de
1936 os estudos de farmacognosia eram escassos e em geral feitos por
farmacognostas, é de toda conveniência que as indicações terapêuticas não sejam
omitidas, pois que assim, poderão estes trabalhos despertar o interesse dos médicos
para os preciosos recursos terapêuticos encerrados em nossa flora. É bem
verdade, que, muitas
vezes, essas indicações são por demais empíricas, mas
convém lembrar que quase todas as plantas hoje utilizadas, tiveram sua origem
na medicina popular, cabendo, pois ao medico a verificação de tais indicações.
Assim como ao farmacodinamista, não é possível em toda a sua existência repetir
os ensaios feitos pelos demais experimentadores, para se capacitar da
veracidade deles e para os reproduzir em seus escritos e o terapeuta de mesma
forma se tem de curvar nas observações
de seus antecessores, ampliando-as, é verdade, em alguns setores, assim também
não vemos motivos que impeçam ao farmacognosta buscar nas mesmas fontes que a
falta de conhecimento especializados contingência do tempo não permitirem se
estabelecer. Assim, podemos dizer que o campo de investigação da farmacognosia,
não se acha ainda perfeitamente delimitado. Querem uns que ela se ocupe
exclusivamente do estudo dos caracteres morfológicos, microscópicos e da
composição química das drogas de origem vegetal e animal sem ter em vista a sua
aplicação medicinal, visando unicamente a sua identificação e o reconhecimento
das impurezas e falsificações. Julgando outros ser fim precípuo dessa disciplina
o estudo das drogas medicinais, extendem seu domínio até a farmacodinâmica e a terapêutica.
Estudo dos vegetais |
Os primeiros,
considerando a Farmacognosia como um capítulo da Merciologia, como a definiu
Martius, (Theodor Wilhelm Christian Martius, professor de farmacognosia na Alemanha,
Erlangen),adstringem-se ao conhecimento da droga, em si, justificando até
certo ponto a sua maneira de ver pela etimologia grega da palavra, droga, e
conhecimento. Este grupo tem a sua frente o vulto respeitável do eminente
professor de Berna, e parece no momento atual reunir maior número de adeptos. Os
outros que seguem a orientação da escola de Paris têm a chefiá-los o sábio
professor Perrot. Não podemos deixar de fazer aqui uma referência especial aos
trabalhos do Prof. Wasicky de Viena, e aos do professor Simon de Pacova, que se
fitam a esta última escola. Tendo mesmo Waiscky denominado o seu tratado de
Farmacognosia. De qualquer forma, insistimos mais uma vez o campo da
Farmacognosia é vastíssimo e se acha situado entre o das ciências (físico-naturais)
e o da química, são pois, estas ciências, uma fornecendo material de estudo e
os seus métodos e s outras os processos analíticos de pesquisa, as suas maiores
auxiliares. Além da botânica, da química e da física , a zoologia, a etnologia,
a geografia, a história etc. podem ser consideradas como subsidiárias da
Farmacognosia e foi mesmo baseado nelas que o Professor Tschrich estabeleceu as
suas onze divisões da farmagnosia pura e geral. E na Farmacognosia especial,
uma das duas divisões dessa disciplina, que se faz estudo monográfico das
drogas, estudo este que segundo ainda aquele professor deve compreender sempre
que possível os seguintes dados: Nome vulgar da droga, Sinonimia e etimologia.
Classificação sistemática da planta produtora. Descrição da planta produtora.
Origem e produção da mesma. Cultura da planta medicinal. Danificadores da
cultura. Obtenção da droga. Colheita e tratamento. Mercados. Variedades
comerciais. Embalagens. Descrição da droga. Impurezas falsificações e
Sucedaneos. Animais danificadores da droga (eventual). Qualidade e avaliação do
preço. Histórico. Empregos.
Bibliografia:
Costa, Profº Oswaldo A. – Revista da Associação Brasileira de Farmacêuticos.
Abril de 1936 – Botanica e Farmacognosia
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