quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Medicamentos nas intoxicações humanas no Brasil

O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), criado em 1980 pelo Ministério da Saúde (MS), com sede na Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), tem como principal atividade coordenar o processo de coleta, compilação, análise e divulgação dos casos de intoxicação humana registrados no país, pela Rede Nacional de Centro de Controle de Intoxicação, comunente denominada Rede SINITOX.
No ano de 1996 o B rasil possuía 156.803.232 habitantes e 30 centros regionais espalhados por todas as regiões do pais.
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Os estados Unidos possuíam, naquele mesmo ano de 1996, 67 centros e uma população estimada de 232.300.000 habitantes, o que representava 2,9 centros por dez milhões de habitantes.
Os Centros de Controle de Intoxicação funcionam em regime de plantão permanente todos os dias do ano. Sua principal atividade é a prestação de informações aos profissionais de saúde, às instituições hospitalares e à população leiga, por plantonistas supervisionados pelo corpo técnico do centro, através de telefone, fax, e e-mail. Nos atendimentos de emergência, os centros utilizam, como material básico de consulta, Monografias em Toxicologia de Urgência que compõem um banco de dados toxicológicos (CIT-RS/FIOCRUZ/ATOX,1997). O banco é composto por monografias técnicas, envolvendo cinco grupos principais: medicamentos, pesticidas, produtos químicos de uso doméstico e industrial, plantas tóxicas e animais peçonhentos.
Os medicamentos vêm, desde 1994, segundo as estatísticas divulgadas pelo SINITOX, ocupando o primeiro lugar no conjunto dos 13 agentes tóxicos considerados, respondendo, no período de 1993 a 1996, por aproximadamente27% dos casos de intoxicação registrados no país.Este agente tóxico vem preocupando há algum tempo as autoridades e profissionais de saúde de países como os Estados Unidos, Costa Rica, Portugal e Uruguai, pelo aumento do volume de casos de intoxicação que este agente provoca.
Os acidentes, no conjunto dos agentes tóxicos, ocuparam o primeiro lugar, com 131.495 casos, correspondendo a aproximadamente 60% dos casos registrados, no período de 1993 a 1996.
Este comportamento é comum para a maioria dos agentes, com exceção dos medicamentos e dos raticidas, que apresentam como principal causa determinante o suicídio. Do total de 57.748 casos de intoxicação medicamentosa, 25.297 (44%) foram registrados como tentativa de suicídio e 23.150 (40%) acidentes.perfazendo 84% dos casos.
Com relação aos 266 óbitos por medicamento 148 deles (56%) foram atribuídos à causa “suicídio”, seguidos de “outras causas” e “acidental”.


Bibliografia: Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 15(4): 859-869, out-dez,1999. Bortoletto, Maria Élide e Bochner, Rosany

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