Em botânica Econômica Brasileira, Walter B. Mors e Carlos
T. Rizzini enumeram plantas ameríndias cujos efeitos terapêuticos foram
comprovados pela medicina ocidental. Clujde Lévi Strauss em “O uso de Plantas
Silvestres da América do Sul Tropical”, ensaio publicado no volume Etnobiologia
, da Suma Etnológica Brasileira, afirma que os povos americanos possuíam todos
os remédios necessários à cura de suas doenças. Faltaram-lhe medicamentos para a cura de doenças alienígenas,
introduzidas pelo homem branco, que lhes tem sido fatais.
Jaborandi |
Parte do elenco de fitoterápicos brasileiro foi divulgada
por Guilherme Piso e George Macgrave, botânicos holandeses que estiveram no
Brasil com Maurício de Nassau no século XVII. Agentes biologicamente ativos
encontram-se em inúmeras outras plantas, ainda não testadas, e que poderiam
trazer benefícios incomensuráveis no campo da saúde. As espécies que se seguem,
são algumas das plantas mais comumente citadas.
A ipecacuanha (Cephaelis
ipecacuanha, família das rubiáceas), quase extintas devido à coleta
intensiva, é um poderoso emético e, em dosesmenores, expectorante, empregada no
combate às desinterias amebianas e outras doenças intestinais.
O Jaborandí (Pilocarpus
spp, família das rutáceas) é usado na cura do glaucoma e outras enfermidades oftálmicas.
Tanto ipecacuanha quanto jaborandi são exportados como matéria prima para
laboratórios estrangeiros e reimportados na forma de alcaloides sintéticos.
Substancias curarizantes são obtidas de plantas de três
gêneros da família das menispermáceas e de certas espécies do gênero Strychnos, da família das loganiáceas. Os
índiosutilizam o curare na caça arborícola ( cuja carne pode ser consumida),
porque, causando paralisia muscular , determinada a queda da presa.
A medicina ocidental extrai das mencionadas espécies a
d-tubo-curarina para obter efeitos curarizantes nas operações do músculo
cardíaco ou naquelas que exigem relaxamento muscular profundo, bem como no
tratamento do tétanoe de doenças nervosas.
Entre as plantas com propriedades depurativas do sangue,
cita-se a taiuiá (Trianosperma tayuya)
ou abobrinha do mato, da família das curcubitáceas, empregadas como remédio
contra a sífilis. Propriedades terapêuticas semelhantes são atribuídas à
salsaparrilha ou japecanga (Smilax officinalis, família das liláceas), cujas
raízes e frutos são usados como diuréticos e febrífugos. Atualmente seu emprego
se concentra no preparo de refrigerantes.
Bibliografia:
Ciência Hoje Vol 15/nº 89 – Berta G. Ribeiro – Departamento de Antropologia,
Museu Nacional/UFRJ
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