sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Estudo químico e toxicológico do Oiticica

Nativa na região árida do Nordeste brasileiro, principalmente no Ceará e menos densamente no Rio Grande do Norte e Paraíba, a Oiticica constitue hoje uma riqueza nacional, dada a importância do seu precioso óleo secativo, usado na indústria de tintas e vernizes.
A Oiticica foi mencionada pela primeira vez, em 1861, época em que Freire Alemão, em expedição pelo Nordeste brasileiro, a constatou descrevendo-a: “a Oiticica é uma árvore grande e abundante no sertão e que produz uma grande quantidade de frutos, que não se pode usar devido ao sabor e cheiro desagradável. Entretanto, pode ser que a química consiga purificar”.
Fruto de Oiticica
Dez anos depois em 1871, é instalada a primeira fábrica em Fortaleza por iniciativa do Barão de Ibiapaba, para a extração do óleo de oiticica, sendo desconhecida, entretanto, para que fim se destinava esse óleo.
O maior incremento desta indústria, porém , se realizou após a Primeira Guerra Mundial, chegando ao apogeu em nossos dias, 1946.

Composição da torta de Oiticica
Umidade.......................................8,64%
Proteína (fator 6,25)......................10,24%
Cinzas...........................................4,77%
Gordura (pelo Soxhlet).................. 5,51%
Celulose......................................... 10,34%
Tanino............................................ 16,17%
Não determinados.......................... 44,33%

Alvim Carneiro, no seu bem elaborado trabalho, “Plantas Venenosas e sua Ocorrência em Minas Gerais” se expressa de uma muito feliz quando diz: “Os envenenamentos, certamente, não são tão frequentes como em geral se acredita: há, não raro, confusão sobre a verdadeira causa da morte de animais nas fazendas, atribuindo-se erroneamente, a plantas venenosas o que, vezes, foi provocado por um meteorismo, uma timpanite ou mesmo carbúnculo; por outro lado, as plantas tóxicas, quando não há escassez de alimentos, são , quase sempre, evitadas, instintivamente, pelos animais.”
O S Raimundo de Melo relatou aos presentes que, na fazenda de seu pai, o gado se alimentava muito das folhas de oiticica e os porcos de seu fruto, sem nenhuma intoxicação.


Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia – Maio de 1946 – pág 17 a 19 – Amaro Henrique de Souza – Químico farmacêutico.

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