Nativa na
região árida do Nordeste brasileiro, principalmente no Ceará e menos densamente
no Rio Grande do Norte e Paraíba, a Oiticica constitue hoje uma riqueza
nacional, dada a importância do seu precioso óleo secativo, usado na indústria
de tintas e vernizes.
A Oiticica
foi mencionada pela primeira vez, em 1861, época em que Freire Alemão, em
expedição pelo Nordeste brasileiro, a constatou descrevendo-a: “a Oiticica é
uma árvore grande e abundante no sertão e que produz uma grande quantidade de
frutos, que não se pode usar devido ao sabor e cheiro desagradável. Entretanto,
pode ser que a química consiga purificar”.
Fruto de Oiticica |
Dez anos
depois em 1871, é instalada a primeira fábrica em Fortaleza por iniciativa do
Barão de Ibiapaba, para a extração do óleo de oiticica, sendo desconhecida,
entretanto, para que fim se destinava esse óleo.
O maior
incremento desta indústria, porém , se realizou após a Primeira Guerra Mundial,
chegando ao apogeu em nossos dias, 1946.
Composição da
torta de Oiticica
Umidade.......................................8,64%
Proteína (fator
6,25)......................10,24%
Cinzas...........................................4,77%
Gordura (pelo
Soxhlet).................. 5,51%
Celulose.........................................
10,34%
Tanino............................................
16,17%
Não
determinados.......................... 44,33%
Alvim Carneiro, no seu bem elaborado
trabalho, “Plantas Venenosas e sua Ocorrência em Minas Gerais” se expressa de
uma muito feliz quando diz: “Os envenenamentos, certamente, não são tão
frequentes como em geral se acredita: há, não raro, confusão sobre a verdadeira
causa da morte de animais nas fazendas, atribuindo-se erroneamente, a plantas
venenosas o que, vezes, foi provocado por um meteorismo, uma timpanite ou mesmo
carbúnculo; por outro lado, as plantas tóxicas, quando não há escassez de
alimentos, são , quase sempre, evitadas, instintivamente, pelos animais.”
O S Raimundo de Melo relatou aos
presentes que, na fazenda de seu pai, o gado se alimentava muito das folhas de
oiticica e os porcos de seu fruto, sem nenhuma intoxicação.
Bibliografia:
Revista Brasileira de Farmácia – Maio de 1946 – pág 17 a 19 – Amaro Henrique de
Souza – Químico farmacêutico.
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