segunda-feira, 21 de abril de 2014

O cultivo das Quineiras pelo mundo.

A quineira (Cichona spp) é planta originária das regiões andinas da Bolívia, Perú, Colômbia e Venezuela. Embora seja este seu centro de origem, não é aí que hoje existe em maior quantidade e melhor qualidade. Nesses países sul americano não se tem dado a devida atenção ao cultivo da quineira; nem os governos e nem os particulares. As poucas e pequenas culturas existentes foram formadas com material selecionado, de tal modo que os exemplares obtidos só são pobres em quinino como também muito variáveis quanto ao desenvolvimento. Assim as exportações de cascas de quina feitas pelos portos sul americanos são oriundas de plantas ainda hoje existentes no estado nativo. Mesmo a pequena indústria da extração de quinino da Bolívia é suprida com matéria prima existente nas matas ao norte do Departamento de La Paz e do sul do Perú.
Mas essa matéria prima vai se tornando cada vez mais escassa, em vista da derrubada constante dos exemplares de quineiras sem se proceder ao plantio.
Já no século passado acentou-se o perigo da falta de quinino no mercado internacional, devido a essas constantes derrubadas de exemplares centenários dos bosques sul americanos. Daí o interesse quase geral de todos os países possuidores de regiões tropicais com característicos semelhantes aos da zona andina onde se encontra a quineira, em tentar a aclimatação dessa rubiácea. Assim , os ingleses a levaram ao Ceilão, os holandeses a Java e Sumatra e os franceses a suas varias possessões.
Em Ceilão e Java a quineira encontrou as condições mais favoráveis ao seu desenvolvimento. Grandes culturas foram estabelecidas. Tão grande que surgiu problema de superprodução de quinino. Como resultado a queda do preço. O desinteresse pela cultura tornou-se visível no Ceilão, onde o chá veio substituir a quineira. Restaram as plantações que os holandese fizeram em Java e Sumatra, tornando-se assim donos do mercado internacional de quinino.
Desde o início de seus trabalhos os holandeses veem prestando especial interesse à seleção de quineira, multiplicando apenas os exemplares que se caracterizam pó um elevado teor de quinino. E ainda hoje, apesar de possuírem linhagens muito ricas em quinino, continuam a seleção, ora visando resistência a moléstias, ora visando obter material apropriado a zonas de maior altitude e sempre visando um aumento da porcentagem de quinino.
Agora, novamente a Holanda se vê a braços com o problema da superprodução. O Bureau de Quinino de Amisterdam, que controla a indústria, já tomou serias medidas para sanar o mal. Assim, determinou-se que apenas uma parte das plantações fosse explorada. O preço, desse modo, se tem conservado elevado, auferindo lucros razoáveis os agricultores dedicados ao cultivo desta planta medicinal.


Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia – Jan 1942 – C.A. Krug e Alcides Carvalho -  Subdivisão de Genética do Instituto Agronômico de Campinas.

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