A quineira
(Cichona spp) é planta originária das regiões andinas da Bolívia, Perú,
Colômbia e Venezuela. Embora seja este seu centro de origem, não é aí que hoje
existe em maior quantidade e melhor qualidade. Nesses países sul americano não
se tem dado a devida atenção ao cultivo da quineira; nem os governos e nem os
particulares. As poucas e pequenas culturas existentes foram formadas com
material selecionado, de tal modo que os exemplares obtidos só são pobres em
quinino como também muito variáveis quanto ao desenvolvimento. Assim as
exportações de cascas de quina feitas pelos portos sul americanos são oriundas
de plantas ainda hoje existentes no estado nativo. Mesmo a pequena indústria da
extração de quinino da Bolívia é suprida com matéria prima existente nas matas
ao norte do Departamento de La Paz e do sul do Perú.
Mas essa matéria
prima vai se tornando cada vez mais escassa, em vista da derrubada constante
dos exemplares de quineiras sem se proceder ao plantio.
Já no século
passado acentou-se o perigo da falta de quinino no mercado internacional,
devido a essas constantes derrubadas de exemplares centenários dos bosques sul
americanos. Daí o interesse quase geral de todos os países possuidores de
regiões tropicais com característicos semelhantes aos da zona andina onde se
encontra a quineira, em tentar a aclimatação dessa rubiácea. Assim , os
ingleses a levaram ao Ceilão, os holandeses a Java e Sumatra e os franceses a suas
varias possessões.
Em Ceilão e
Java a quineira encontrou as condições mais favoráveis ao seu desenvolvimento.
Grandes culturas foram estabelecidas. Tão grande que surgiu problema de
superprodução de quinino. Como resultado a queda do preço. O desinteresse pela
cultura tornou-se visível no Ceilão, onde o chá veio substituir a quineira. Restaram
as plantações que os holandese fizeram em Java e Sumatra, tornando-se assim
donos do mercado internacional de quinino.
Desde o
início de seus trabalhos os holandeses veem prestando especial interesse à
seleção de quineira, multiplicando apenas os exemplares que se caracterizam pó um
elevado teor de quinino. E ainda hoje, apesar de possuírem linhagens muito
ricas em quinino, continuam a seleção, ora visando resistência a moléstias, ora
visando obter material apropriado a zonas de maior altitude e sempre visando um
aumento da porcentagem de quinino.
Agora,
novamente a Holanda se vê a braços com o problema da superprodução. O Bureau de
Quinino de Amisterdam, que controla a indústria, já tomou serias medidas para
sanar o mal. Assim, determinou-se que apenas uma parte das plantações fosse
explorada. O preço, desse modo, se tem conservado elevado, auferindo lucros
razoáveis os agricultores dedicados ao cultivo desta planta medicinal.
Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia – Jan 1942 –
C.A. Krug e Alcides Carvalho -
Subdivisão de Genética do Instituto Agronômico de Campinas.
Mas o quinino serve pra combater que doença?
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