O preço
elevado vem despertando o interesse de outras nações pela cultura da quina, não
para competir com o produto holandês no mercado internacional, mas para suprir
as necessidades dos seus mercados internos. A guerra atual ainda veio reforçar
esse interesse.
Assim também
há falta de quinino no mercado americano, sendo agravadas dificuldades de sua
importação de Java com o rompimento das hostilidades no Pacífico.
Plantio de quineira |
Daí o motivo
porque o Governo dos Estados Unidos está formatando a cultura da Cinchona em
vários países centro e sul americanos, que apresentam condições apropriadas.
No Brasil,
onde o fornecimento de quinino puro e barato às populações necessitadas
representa um problema sanitário e social de grande importância econômica, o
Instituto Agronômico de Campinas foi o primeiro a cogitar das possibilidades de
estabelecer a cultura de quinina nos limites do Estado de São Paulo, oferecendo
também a sua colaboração a outros Estados que queiram dedicar-se a este problema.
Mais adiante apresentaremos as linhas gerais do programa de trabalho organizado
por aquele instituto.
Em tempos
anteriores já se tentou cultivar a quina no Brasil. No entanto, não se
conseguiu estabelecer como cultura.
Mesmo o
Instituto Agronômico tem há anos em suas coleções, quineiras recebidas de
Piracicaba, importadas por Luiz de Queiroz.
São plantas da variedade Josephiana de C. Calisaya tida como pouco rica em quinino. Essas plantas, em
número de 3 florescem abundantemente quase que durante todas as estações do
ano, produzindo, porem, um número muito limitado de frutos. Varias outras
localidades paulistas também receberam de Piracicaba algumas dessas quineiras.
A única
plantação mais extensa feita com relativo sucesso no Brasil, foi a da Fazenda Barreira
do Soberbo , na Serra dos Órgãos, entre as Estações de Alcindo Guanabara e
Teresópolis. As sementes foram importadas do Peru durante o reinado de D. Pedro
II e pertencia a espécie C. calisaya.
Cerca de 12 mil plantas foram obtidas, constituindo assim a maior plantação de
quineira até hoje feita entre nós. Infelizmente, esta plantação já não existe
mais. Dela restam apenas alguns descendentes de exemplares plantados em 1868,
que ali vegetam em estado subespontâneo, nas matas.
Das sementes
importadas do Peru outras plantações foram feitas no Estado do Rio de Janeiro e
Minas Gerais, porém sem êxito algum.
Há tempos,
sementes já produzidas na Fazenda Barreira do Sobervo foram levadas ao Ceará,
Serra do Barurité. Mas provavelmente neste local a quineiras não encontrou meio
favorável ao seu desenvolvimento, e nem tão pouco na Serra dos Garanhuns em
Pernambuco, para onde, mais tarde, se importaram sementes de Java.
Bibliografia:
Revista Brasileira de Farmácia – Jan 1942 – C.A. Krug e Alcides Carvalho - Subdivisão de Genética do Instituto
Agronômico de Campinas.
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