Se
estudássemos as plantas quanto as suas utilidades, é certo que todas teriam de
ser consideradas. Mas, vejamos apenas algumas coisas interessantes a medicina
popular. Façamos um estudo sintético dos componentes das diversas famíliass
naturais do reino vegetal, para ver como se acham distribuídas nestas as
propriedades que o povo assegura existir.
Pariparoba |
Comecemos
pelas Compostas, que é a maior família natural do reino vegetal e cujos representantes
quaisquer pessoa pode reconhecer. Nela superabundam as espécies que passam por
estomáquicas. Abrange ela também muitas tidas como antifebris, peitorais,
emenagogas, vulnerarias, anthelminticas, aromáticas e carminativas. As
anthelminticas e as catárticas são, geralmente, inseticidas. E um dos melhores
inseticidas conhecidos é fabricado nas espécies deste grupo. A medicina oficial
já aceitou muitas delas e as prescreve, quando as encontra nas farmacopeias.
As Labiadas
compreendem igualmente muitas espécies medicamentosas. Quase todas elas são
carminativas, aromáticas, peitorais e balsâmicas. Mas, há muitas que são
anthelminticas e outras que encerram óleos essenciais finíssimos, que atuam
sobre o estomago e os intestinos. As labiadas são antigas na medicina e, frequentemente,
os médicos recorrem a elas, quando desejam curar dores intestinais de crianças
ou combater as câimbras.
Não menos
dignas são as Borragináceas como antiflogísticas, emolientes, diuréticas,
peitorais e antidispecticas.
As
Verbenaceas, que ainda é outra família que se alia as duas precedentes, são
essencialmente peitorais, emolientes e, às vezes, adstringentes e estomáquicas,
graças aos seus princípios ligeiramente amargosos.
As
Convulváceas, que se distinguem pelas suas flores grandes e decorativas, contêm
muitas espécies altamente drásticas e
outras edulas.
As
Solanaceas, que, como as representantes da família precedentes, fornecem muitas
tuberas edulas, contêm também, na maioria, um alcaloide toxico, altamente
narcótico e princípios picantes que encontram empregos na culinária como
condimentos. A ela pertencem; a batata inglesa, que adquiria renome mundial
como planta econômica; as pimentas e os tomates, bem como o fumo cuja importância
econômica comercial não é desprezível.
As
Cloranthaceas, de que o Brasil tem um representante o Hedyosmum brasiliensis, o
nosso “Chá de Soldado” fornece um chá romático altamente estomáquico.
Das
Piperaceas, muito poderíamos dizer a respeito do seu valor como planta hepática
e estomáquica, cardiotonicas, etc. Queremos, porém, apenas destacar as espécies
do gênero Piper, que o povo já consagrou sob os nomes de “Caapeba”, “Pariparoba”,
“Jaborandi”, etc. de que as primeiras atuam fortemente sobre o fígado e o
último sobre as glândulas salivares. Delas muitas foram aceitas nas farmacopeias
oficiais e encontra vários empregos no tratamento das hidropisias, moléstias pulmonares,
dores de dente rubefaciente, febres intermitentes e como estimulantes, diaforéticos,
diuréticos etc.
Bibliografia:
Boletim de Agricultura – 1929 – Os Vegetais na Terapêutica – F. C. Hoehne
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