sábado, 14 de junho de 2014

Plantas medicinais e úteis na botânica brasileira

Se estudássemos as plantas quanto as suas utilidades, é certo que todas teriam de ser consideradas. Mas, vejamos apenas algumas coisas interessantes a medicina popular. Façamos um estudo sintético dos componentes das diversas famíliass naturais do reino vegetal, para ver como se acham distribuídas nestas as propriedades que o povo assegura existir.
Pariparoba
Comecemos pelas Compostas, que é a maior família natural do reino vegetal e cujos representantes quaisquer pessoa pode reconhecer. Nela superabundam as espécies que passam por estomáquicas. Abrange ela também muitas tidas como antifebris, peitorais, emenagogas, vulnerarias, anthelminticas, aromáticas e carminativas. As anthelminticas e as catárticas são, geralmente, inseticidas. E um dos melhores inseticidas conhecidos é fabricado nas espécies deste grupo. A medicina oficial já aceitou muitas delas e as prescreve, quando as encontra nas farmacopeias.
As Labiadas compreendem igualmente muitas espécies medicamentosas. Quase todas elas são carminativas, aromáticas, peitorais e balsâmicas. Mas, há muitas que são anthelminticas e outras que encerram óleos essenciais finíssimos, que atuam sobre o estomago e os intestinos. As labiadas são antigas na medicina e, frequentemente, os médicos recorrem a elas, quando desejam curar dores intestinais de crianças ou combater as câimbras.
Não menos dignas são as Borragináceas como antiflogísticas, emolientes, diuréticas, peitorais e antidispecticas.
As Verbenaceas, que ainda é outra família que se alia as duas precedentes, são essencialmente peitorais, emolientes e, às vezes, adstringentes e estomáquicas, graças aos seus princípios ligeiramente amargosos.
As Convulváceas, que se distinguem pelas suas flores grandes e decorativas, contêm muitas espécies altamente drásticas  e outras edulas.
As Solanaceas, que, como as representantes da família precedentes, fornecem muitas tuberas edulas, contêm também, na maioria, um alcaloide toxico, altamente narcótico e princípios picantes que encontram empregos na culinária como condimentos. A ela pertencem; a batata inglesa, que adquiria renome mundial como planta econômica; as pimentas e os tomates, bem como o fumo cuja importância econômica comercial não é desprezível.
As Cloranthaceas, de que o Brasil tem um representante o Hedyosmum brasiliensis, o nosso “Chá de Soldado” fornece um chá romático altamente estomáquico.
Das Piperaceas, muito poderíamos dizer a respeito do seu valor como planta hepática e estomáquica, cardiotonicas, etc. Queremos, porém, apenas destacar as espécies do gênero Piper, que o povo já consagrou sob os nomes de “Caapeba”, “Pariparoba”, “Jaborandi”, etc. de que as primeiras atuam fortemente sobre o fígado e o último sobre as glândulas salivares. Delas muitas foram aceitas nas farmacopeias oficiais e encontra vários empregos no tratamento das hidropisias, moléstias pulmonares, dores de dente rubefaciente, febres intermitentes e como estimulantes, diaforéticos, diuréticos etc.


Bibliografia: Boletim de Agricultura – 1929 – Os Vegetais na Terapêutica – F. C. Hoehne

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