sexta-feira, 4 de julho de 2014

Famílias decorativas do Brasil

Menos importantes na medicina, mas mais decorativas, são as representantes das Acanthaceas, Bignoniaceas e Campanulaceas. Mas, precisamos recordar as espécies do gênero Tecoma, da segunda família, a que o povo xdenomina “Ipê”, cujas entrecascas e serragem têm grande fama como úteis nas moléstias do estomago e fígado.
Casca de anta
As Umbelíferas, que contem as espécies úteis dos gêneros Fernula, Archnagelica, Angelica, Meum, Foeniculum, Pimpinella, Ammi, Peucedaneum, Pastinaca, Thapsia, Daucus e outros que contribuem com grande porcentagem para o material oficinal, tem poucos representantes mais importantes em nossa flora indígena.
Lembramos, porém, que muitas poderiam ser cultivadase produzidas aqui com vantagem. Delas já experimentamosespecies de Coriandrum e Seseli, obtendo não pequena produção de sementes no Horto “Osvaldo Cruz”.
Indigenas dignas de menção seriam também a Centellaasiática, as espécies do gênero Eryngium e outras.
Dignas de especial menção são as nossas Menispermaceas. Muitas, altamente tóxicas, têm encontrado emprego na medicina, aplicadas em doses  pequenas e repetidas com largos intervalos. Citamos apenas a “Calumba”, a “Raiz Pereira”, a “Bútua”, a “Parreira Brava” o “Cocculos”, que tem bem merecida fama como estomáquicas, antirreumáticas, antifebris, diuréticas e diaforéticas.
As Myristicaceas, a que pertencem a nossa “Ucuúba”, a “Bicuiba” e outras sementes aromáticas, têm fama como estimulante e como uteis para combater as câimbras e as disenterias crônicas.
As Magnóliaceas, que no Brasil tem apenas dois tipos representativos, valem menção por serem as mais estomáquicas que conhecemos. A fama da “Cataya” ou “Casca de Anta” é bem merecida. Afirmam ainda que cura o escorbuto e as úlceras estomacais.
Das Dilleniaceas destacamos as que o vulgo denomina “Çambaiba”, “Cipó Carijó” e “Capa Homem”, pelo valor que tem como fortemente adstringente no combate as orquites e as disenterias.
Bicuíba
Das Droseraceas, de que a nossa flora possui diversas espécies, destaca-se a virtude diurética. Mas elas servem para curar a hidropsia, as moléstias dos olhos, e são também consideradas toxicas para os carneiros e fornecem uma tinta encarnada utilizável nas indústrias.
As Violaceas indígenas prestam serviços como eméticas. Combatem as erupções cutâneas e agem como antifebris.
Das Flacourtiaceas, temos a celebre “Chaulmoogra” da Índia e uma porção de similares na flora brasílica. Delas ocupa atualmente a atenção dos clínicos a “Sapucainha”, Carpatroche brasiliensis, cujas propriedades medicinais, na destruição dos lepromas da morfea, equivalem bem as das sementes vindas da Índia, pelo nome supramencionado. As folhas de algumas “Guassatungas” agem também como anticético e anestésico.


Bibliografia: Boletim de Agricultura – 1929 – Os Vegetais na Terapêutica – F. C. Hoehne

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