O papiro de Ebers, um dos documentos mais antigos e mais
importantes da história da farmácia, dada de cerca de 1550 A.C., e foi achado
entre os joelhos de uma múmia antiga na
cidade de Luxor, a cidade dos mortos, do outro lado do Nilo em frente a Tebas. Existem
outros papiros de data anterior a este, porém não contém a quantidade de
informações. Varias receitas médicas, presentemente no museu britânico, diz-se
que datam do tempo de Qeops, cerca de 3700 A.C. A chave para a tradução do
papiro de Ebers foi fornecida pela pedra de Rosetta, um pedaço de antigo
basalto, achado nos princípios do século XIX em Rosetta, no delta do Nilo. A
inscrição nesta pedra estava feita em três grupos de caracteres, sendo um
grego, outro a escrita comum do povo (demostica) e o terceiro os hierogrifos ou
ideogramas usados pelos sacerdotes. O papiro de Ebers incluía entre outro
material mais de 700 receitas, nas quais são mencionadas as mais variadas
drogas, tais como: vinagre, terebintina, figos, óleo de rícino, mirra, incenso,
absinto, aloes, ópio, cuminhos, hortelã, pimenta, cassia, coentros, alcaravia,
aniz, funcho, açafrão, flores de lótus, linhaça. Bagas de junipero, hiosciamus,
mandrágora, papoulas, gentiana, colchico, cila, cedro, bagas de sabugueiro,
mel, uvas, cebola e as flores da tamareira.
Aproximadamente (2700 AC),
Shen Nung, Imperador chinês, iniciou um profundo estudo dos efeitos
terapêuticos de centenas de ervas (em torno de 365), algumas experimentadas
nele próprio, sendo ele o autor do primeiro Pen Tsao, onde descreve propriedades
de inúmeras plantas como o ginseng, a cânfora e a E Ma Huang, a base da
efedrina. O Pen Tsao teve participação de diferentes autores, que foram
agregando modificações à obra inicial, e por isso são atribuídas ao livro
diversas autorias. A sua importância relaciona-se à minuciosa
classificação de cada planta: nome, habitat, preparação, toxicidade, etc.
Muitas das centenas de plantas descritas nele, ainda são utilizadas na China de
hoje. O mais importante manual clínico de Medicina Tradicional Chinesa é o
Shang Hang Lun, escrito por Chang Chung Ching (142-220). O Shang Hang Lun
torna-se a origem histórica das famosas fórmulas herbárias clássicas,
tornando-se a base do herbalismo Chino-Japonês e Chinês, o Kampo.
O período Greco-Alexandrino é o mais antigo da história
da farmácia e tem suas raízes na mitologia helênica. Esculápio, cujo nome foi imortalizado
pelos botânicos em Asclepias, nome botânico de uma planta, era filho de Apolo e
discípulo de Chiron, que foi chamado o primeiro mestre da farmácia.
Esculapio levava tão longe o seu poder de cura que restituía
os mortos à vida, incorrendo assim no desagrado de Jupiter, que o fulminou com
um raio. Porém diz-se que Esculapio tinha uma grande família em que Higela
representava a saúde e Penacéa a medicina.
Hipocrates, nascido na ilha de Cos, 460 A.C. é em geral
considerado como o pai da medicina grega. Uma das suas principais contribuições
foi separar a medicina da superstição que
a tinha envolvido até aquela época. Mesmo no seu tempo a medicina estava
dividida em três escolas: 1º baseada na ação dos remédios; 2º baseada na dieta
e a 3º em manipulações físicas. Hipocrates foi um agudo observador, pensador
arguto e um escritor conciso. Uma das suas sentenças sabias era: “A vida é
curta, a oportunidade fugaz, o julgamento difícil, o tratamento fácil, porém o
tratamento depois do pensamento é próprio e profícuo”.
Bibliografia:
Revista da Flora Medicinal – 1945 – Graves, Arthur Harmount – Resumo da
História das Plantas Medicinais.
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