segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

História antiga da farmácia


O papiro de Ebers, um dos documentos mais antigos e mais importantes da história da farmácia, dada de cerca de 1550 A.C., e foi achado entre os joelhos de uma múmia  antiga na cidade de Luxor, a cidade dos mortos, do outro lado do Nilo em frente a Tebas. Existem outros papiros de data anterior a este, porém não contém a quantidade de informações. Varias receitas médicas, presentemente no museu britânico, diz-se que datam do tempo de Qeops, cerca de 3700 A.C. A chave para a tradução do papiro de Ebers foi fornecida pela pedra de Rosetta, um pedaço de antigo basalto, achado nos princípios do século XIX em Rosetta, no delta do Nilo. A inscrição nesta pedra estava feita em três grupos de caracteres, sendo um grego, outro a escrita comum do povo (demostica) e o terceiro os hierogrifos ou ideogramas usados pelos sacerdotes. O papiro de Ebers incluía entre outro material mais de 700 receitas, nas quais são mencionadas as mais variadas drogas, tais como: vinagre, terebintina, figos, óleo de rícino, mirra, incenso, absinto, aloes, ópio, cuminhos, hortelã, pimenta, cassia, coentros, alcaravia, aniz, funcho, açafrão, flores de lótus, linhaça. Bagas de junipero, hiosciamus, mandrágora, papoulas, gentiana, colchico, cila, cedro, bagas de sabugueiro, mel, uvas, cebola e as flores da tamareira.
Aproximadamente (2700 AC), Shen Nung, Imperador chinês, iniciou um profundo estudo dos efeitos terapêuticos de centenas de ervas (em torno de 365), algumas experimentadas nele próprio, sendo ele o autor do primeiro Pen Tsao, onde descreve propriedades de inúmeras plantas como o ginseng, a cânfora e a E Ma Huang, a base da efedrina. O Pen Tsao teve participação de diferentes autores, que foram agregando modificações à obra inicial, e por isso são atribuídas ao livro diversas autorias.  A sua importância relaciona-se à minuciosa classificação de cada planta: nome, habitat, preparação, toxicidade, etc. Muitas das centenas de plantas descritas nele, ainda são utilizadas na China de hoje. O mais importante manual clínico de Medicina Tradicional Chinesa é o Shang Hang Lun, escrito por Chang Chung Ching (142-220). O Shang Hang Lun torna-se a origem histórica das famosas fórmulas herbárias clássicas, tornando-se a base do herbalismo Chino-Japonês e Chinês, o Kampo. 
O período Greco-Alexandrino é o mais antigo da história da farmácia e tem suas raízes na mitologia helênica. Esculápio, cujo nome foi imortalizado pelos botânicos em Asclepias, nome botânico de uma planta, era filho de Apolo e discípulo de Chiron, que foi chamado o primeiro mestre da farmácia.
Esculapio levava tão longe o seu poder de cura que restituía os mortos à vida, incorrendo assim no desagrado de Jupiter, que o fulminou com um raio. Porém diz-se que Esculapio tinha uma grande família em que Higela representava a saúde e Penacéa a medicina.
Hipocrates, nascido na ilha de Cos, 460 A.C. é em geral considerado como o pai da medicina grega. Uma das suas principais contribuições foi separar a medicina  da superstição que a tinha envolvido até aquela época. Mesmo no seu tempo a medicina estava dividida em três escolas: 1º baseada na ação dos remédios; 2º baseada na dieta e a 3º em manipulações físicas. Hipocrates foi um agudo observador, pensador arguto e um escritor conciso. Uma das suas sentenças sabias era: “A vida é curta, a oportunidade fugaz, o julgamento difícil, o tratamento fácil, porém o tratamento depois do pensamento é próprio e profícuo”.


Bibliografia: Revista da Flora Medicinal – 1945 – Graves, Arthur Harmount – Resumo da História das Plantas Medicinais.

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