É principalmente aos árabes que nós devemos os progressos
na farmácia e na medicina realizados durante o primeiro período medieval. Os árabes
são credores da nossa gratidão pelo desenvolvimento que deram a alquimia, isto
é a pesquisa de um método de transmutar em ouro os metais de pouco valor. A
alquimia incluía também a procura do elixir da vida e da panaceia universal –
remédio que curaria todas as doenças. As investigações da natureza, às quais
algumas figuras notáveis como, por exemplo, Lully (1255-1325), dedicaram uma
grande parte de suas vidas foi sobre tudo de valor porque por meio delas se fez
o progresso da química.
Os farmacêuticos árabes eram chamados sandalini: os seus “stoks”
eram regularmente inspecionados e punidos aqueles que fossem culpados de vender
drogas espúrias e deterioradas. Os efeitos da química e farmácia árabe se
fizeram sentir durante séculos e influenciaram e estimularam a feitura de
muitas farmacopeias da idade média.
O papel também desempenhado pelos mosteiros durante este
período foi importante. Entre outras coisas, a tradução e particularmente a copia
de manuscritos feito pelos monges era a única maneira de aumentar o número de
exemplares de livros, não estando ainda inventada a prensa. Também, os jardins monásticos
serviam para conservar vivas as ervas e os simples usados na medicina e
farmácia assim como o conhecimento das suas “virtudes”. Provavelmente foram
estes mesmos jardins as fontes de muitos espécimes botânicos desenhados e
descritos nos maravilhosos herbários dos século XVI e XVII.
Nos século XI e XII houve um gradual renascimento
intelectual, uma previsão da Renascença. Um importante fator neste renascimento
foi sem dúvida a fundação das grandes universidades, Paris, 1110; Cambridge,
1200, Padua, 1222 e Nápoles 1224. Em todas estas universidades a farmácia era
considerada como parte do curso de medicina.
Digno de nota na história da farmácia foi o édito de
Frederico II da Sicilia (1224) que regulamentava tanto a prática da medicina
como a da farmácia. Ele refere-se a apotheca como um depósito onde eram
armazenadas as drogas ( a palavra “boticário” começou a ser usada por volta
desta época), ao que compõe as drogas como o confectionarius, revivendo um
velho termo romano, e ao vendedor de drogas como stationarius.
Bibliografia:
Revista da Flora Medicinal – 1945 – Graves, Arthur Harmount – Resumo da
História das Plantas Medicinais.
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