Na área clínica, de fato, há alguns médicos receitando a
pfaffia. O ortopedista Amaro Galdino Filho, por exemplo, garante que há dois
anos acompanhou um caso de cura de câncer gástrico relacionado ao medicamento,
afirma que apesar das pesquisas incipientes, os resultados concretos são
animadores. “ A paciente, de idade entre quarenta e cinquenta anos, pesava
apenas quarenta quilos, sem condições sequer de passar por cirurgia. Depois de
abandonar, na primeira aplicação, a quimioterapia, passou a tomar o pó da raiz
chegando a cura completa comprovada por endoscopia anterior e posterior”,
depõe.
Segundo Amaro, a ação preponderante do tratamento natural
foi indiscutível, a mesma verificada em um caso de linfoma (câncer dos vasos
linfáticos) e outros de osteomielite (infecção óssea) e reumatismo. Para ele,
encarando-se a doença como um processo de resposta a agressividade a que foi
exposto o organismo, a pfaffia pode identificar-se como um conjunto de
aminoácidos essenciais, minerais e vitaminas promotoras de um equilíbrio. “Não
acredito que possa ser uma droga milagrosa mas aliada a uma dieta adequada à
base de cereais integrais, frutas e verduras ela poderá promover uma
restauração do sistema”, de fende.
Pfaffia paniculata |
Relatos semelhantes a estes do médico, passados de boca
em boca, fizeram aumentar o consumo da raiz que atualmente já se transformou em
comprimidos, xampus e cremes cosméticos. No comércio do produto há quatro anos,
o garimpeiro Jair de Oliveira, que diz ter, há 44 anos, curado de artrite reumatoide
e desde então faz uso regular, constata que a procura está-se intensificando a
cada dia. Cpom uma plantação de 12 mil hectares no Mato Grosso e no Pará, ele
não teme esgotar a sua produção, porque, por enquanto, ainda não começou a
colher as mudas, extraindo apenas as espécies nativas. Mas, a rigor, a
comercialização em larga escala é complicada pela dificuldade de cultivo. Segundo
Gokichi Akisue da USP, são necessários pelo menos mais cinco a seis anos para
que a planta atinja a idade adulta e possa fornecer a raiz. Ele explica
tratar-se de uma espécie cujas folhas secam no inverno, brotando novamente no
verão, enquanto as raízes permanecem crescendo, atingindo até três metros de
profundidade e amplos raios na horizontal. Jair de Oliveira, que formou a sua
plantação a partir de estacas, lembra já ter retirado de terra um tipo com 53
quilos, seco, depois transformado em pó. “ Só não vi curar lepra e doenças de
Chagas, no mais é remédio para qualquer mal”, garante . Ele alerta para a
necessidade de se verificar a procedência do que for consumido, lembrando que a
procura pode aumentar as fraudes, uma vez que a distribuição não é fiscalizada.
Um dos estudos desenvolvidos na USP promete abrir campo para o plantio,
verificando as propriedades da parte aérea da planta, que se forem semelhantes
à da raiz permitirão um consumo continuado sem dano ao pé, de crescimento tão
demorado.
Bibliografia:
Shopping News, 03 de maio de 1987 – Pfaffia: um nome estranho para uma erva de
muitos usos. Ana Maria Freitas.
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