quarta-feira, 1 de julho de 2015

Maromba ou Marroio

Planta herbácea nativa do planalto oeste europeu, a Marrubium vulgare, L. (Labiatae) foi trazida para o brasil por colonizadores, adaptando-se muito bem no planalto serrano catarinense. É popularmente conhecida como Maromba ou Marroio, sendo usada pelas comunidades rurais do Brasil e de outras partes do mundo como um importante agente terapêutico para o tratamento de diversas enfermidades, incluindo problemas gastroentéricos, doenças respiratórias e renais, febres, etc.
Marrubium vulgare, L.
Devido ao amplo uso da planta na medicina popular, procurou-se determinar cientificamente sua eficácia em diferentes modelos experimentais “in vitro” e “in vivo”. Desta forma, verificou-se que o extrato hidroalcoólico obtido das raízes e partes aéreas de M. vulgare apresentou potente ação antiespasmódica em diversas preparações de músculos lisos, inibindo a ação de diferentes neurotransmissores, sendo mais seletivo para contrações colinérgicas. Além disso, este extrato apresentou potente efeito analgésico quando analisado em vários modelos de dor em camundongos, sendo mais efetivo do que algumas drogas analgésicas disponíveis no mercado farmacêutico e usadas  clinicamente. Os estudos indicam que o mecanismo de ação analgésica desta planta envolve a inibição de diferentes agentes pró-inflamatório, e não envolve os receptores opióides. O efeito antinflamatório foi confirmado no modelo de extravasamento vascular em orelhas de camundongo, onde o extrato hidroalcóolico desta planta promoveu inibição dose-dependente do extravasamento induzido pela histamina e pela bradicinina.
Em relação à constituição química, foi evidenciada  a presença de alguns compostos de interesse medicinal, como os conhecidos esteroides estigmasterol e sitosterol, os quais foram anteriormente relatados na leitura devido suas importantes propriedades anti-inflamatórias. Estudos recentes têm demonstrado que estes compostos, associados a outros esteroides, são efetivos no tratamento da hiperplasia benigna de próstata (HBP), doença que atinge acima de 50% dos homens com idade superior a 50 anos. O composto presente em maior concentração na planta foi identificado como a furanolactona marrubina. Porém, foi verificado experimentalmente que este composto é produzido em maior concentração nas partes aéreas desta planta, e que o mesmo pode ser isolado com melhores rendimentos por cromatografia em coluna usando o polímero natural quitina como fase estacionária. Sua ação analgésica é muito mais pronunciada do que a aspirina, indometacina e diclofenaco, quando analisado em alguns modelos clássicos de dor em camundongo.
Bibliografia: Revista Química Nova, 23 (5) (2000) – Estudos desenvolvidos na NIQFAR/UNIVALI – Valdir Cechinel Filho

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