Planta herbácea nativa do planalto oeste europeu, a Marrubium vulgare, L. (Labiatae) foi
trazida para o brasil por colonizadores, adaptando-se muito bem no planalto
serrano catarinense. É popularmente conhecida como Maromba ou Marroio, sendo
usada pelas comunidades rurais do Brasil e de outras partes do mundo como um
importante agente terapêutico para o tratamento de diversas enfermidades,
incluindo problemas gastroentéricos, doenças respiratórias e renais, febres,
etc.
Marrubium vulgare, L. |
Devido ao amplo uso da planta na medicina popular,
procurou-se determinar cientificamente sua eficácia em diferentes modelos
experimentais “in vitro” e “in vivo”. Desta forma, verificou-se que o extrato
hidroalcoólico obtido das raízes e partes aéreas de M. vulgare apresentou
potente ação antiespasmódica em diversas preparações de músculos lisos,
inibindo a ação de diferentes neurotransmissores, sendo mais seletivo para
contrações colinérgicas. Além disso, este extrato apresentou potente efeito
analgésico quando analisado em vários modelos de dor em camundongos, sendo mais
efetivo do que algumas drogas analgésicas disponíveis no mercado farmacêutico e
usadas clinicamente. Os estudos indicam
que o mecanismo de ação analgésica desta planta envolve a inibição de
diferentes agentes pró-inflamatório, e não envolve os receptores opióides. O
efeito antinflamatório foi confirmado no modelo de extravasamento vascular em
orelhas de camundongo, onde o extrato hidroalcóolico desta planta promoveu
inibição dose-dependente do extravasamento induzido pela histamina e pela
bradicinina.
Em relação à constituição química, foi evidenciada a presença de alguns compostos de interesse
medicinal, como os conhecidos esteroides estigmasterol e sitosterol, os quais
foram anteriormente relatados na leitura devido suas importantes propriedades
anti-inflamatórias. Estudos recentes têm demonstrado que estes compostos,
associados a outros esteroides, são efetivos no tratamento da hiperplasia
benigna de próstata (HBP), doença que atinge acima de 50% dos homens com idade
superior a 50 anos. O composto presente em maior concentração na planta foi
identificado como a furanolactona marrubina. Porém, foi verificado
experimentalmente que este composto é produzido em maior concentração nas
partes aéreas desta planta, e que o mesmo pode ser isolado com melhores
rendimentos por cromatografia em coluna usando o polímero natural quitina como
fase estacionária. Sua ação analgésica é muito mais pronunciada do que a
aspirina, indometacina e diclofenaco, quando analisado em alguns modelos
clássicos de dor em camundongo.
Bibliografia: Revista Química Nova, 23 (5) (2000) – Estudos desenvolvidos
na NIQFAR/UNIVALI – Valdir Cechinel Filho
Trata lesão gástrica
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