sexta-feira, 5 de junho de 2015

Muirapuama, Liriosma ovata, Miers

Os estudos transcritos abaixo foram feitos pelo brilhante cientista Theodoro Peckolt e publicado na Revista da Flora Medicinal de 1935.
É oriunda do estado do Amazonas que provem a raiz conhecida como Muirapuama.
Segundo alguns autores, Muyra significa verdadeira, e puama, potencia; uma explicação que me parece improvável aplicada à palavra Muyrapuama, parcialmente corrompida como está. Os índios, sem exceção, designam as plantas dotadas de qualquer utilidade em
Liriosma ovata, Miers
conformidade com qualquer habito da planta ou das suas partes, por exemplo: gosto, cheiro, cor, forma, etc. das suas folhas, frutos, casca, raiz etc. e nunca em relação com as suas propriedades terapêuticas que apenas são conhecidas dos pajés.
Muyra, ou melhor Puyra, significa adorno de pescoço peças redondas perfuradas e apuam ou puam, quer dizer redondo, o que provavelmente designa o fruto.
O Dr Barbosa Rodrigues, diretor do jardim Botânico, que durante anos foi diretor do Museu da Cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, e apesar de variados esforços não conseguiu obter exemplares de frutos e flores.
Em 1892 o Dr. Heinrich Kleesaltel teve a amabilidade de me enviar seus estudos farmacognosticos. Dissertação inaugural. (Contribuição para a farmacognosia da Muyrapuama, Ulm, 1892. Erlagen) este autor trabalhou com exemplares do herbário e fixou as relações anatômicas que existem entre a Liriosma ovata, L. Polhliana e a planta Muyrapuama.
Sujeitou a um estudo  anatômico sistemático e comparativo a estrutura dos tecidos e concluiu que em vista das múltiplas identidades morfológicas  de estrutura não era impossível, sob este ponto de vista , considerar-se idêntica a Muyrapuama com as duas espécies de Liriosmas apontadas.
Dois quilos de raízes pulverizadas foram submetidas a destilação. O decocto tratado com sais de chumbo, etc. o produto da destilação não apresentava cheiro; obtive dele, pelo processo de Draggendorff alguns traços de óleo etéreo. Nas raízes secas ao ar.
Muyrapuamina: 0,55% ; pela evaporação resulta um pó branco cristalino microscópico.
Princípio amargo, amorfo; 0,475%; Substância Gorda 0,38%; Ácido resinoso (1) 0,605%; Ácido resinoso (2) 0,723.
As raízes com caule são remédio caseiro muito usado como afrodisíaco. Não se aplica este remédio internamente, mas sim como banho das partes genitais com um decocto concentrado que serve para três vezes.
Para o Dr Goll de Zurique “A Muirapuama é um tônico do sistema nervoso central. Lembra a quina e o condurago apesar do gosto aromático se diferente”
As aplicações fizeram-se com extrato fluido de Marck na dose de 15 a 20 gotas 3 vezes ao dia. Deve-se usar durante um a três vezes por dia. Deve-se usar durante um a três meses e nunca se notaram efeitos secundários desagradáveis ou mórbidos.
Três vezes por dia 5 a 8 gotas; para fricção na paralisia e reumatismo..


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