A segunda época se situa entre 1914 e 1970. O sistema de angariar o pessoal foi feito um pouco na mesma os seringais. Aliás, grandes patrões da borracha, como Maneco Rondon, também trabalhavam com poaia. Acima de todos, quem mandava em primeiro lugar era o grande comerciante, que tem fundos e crédito nos Bancos. Ele paga um homem de confiança que se encarrega de formar uma comitiva de dez, quinze, quarenta homens. Tanto o comerciante que financia como o homem que reúne a comitiva é chamado “patrões” pelos poaieiros; daí certa confusão. Leopoldo explica: “o patrão aqui é o comprador de poaia. Então ele fornecia dinheiro e mantimento para outro patrão, que ia ao mato junto com os poaieiros. Mas os poaieiros não tinham nada com o comprador.”
Uma vê\ que esses poaieiros aceitam integrar a comitivva, eles e suas famílias passam a se mantidos pelo patrão. Tanto o homem que vai para a mata como a família que fica na cidade ou no patrimônio é sustentada pelo patrão. Por seu lado, o trabalhador se compromete a arrancar a poaia para o patrão, durante o tempo que dura a safra, ou seja, de novembro a maio mais ou menos. Tudo isso se faz verbalmente. Chegando o fim da safra, acertam-se as contas. Quem tira saldo, volta com dinheiro e pode, a seu gosto, desligar-se ou continuar com o patrão. Quem gatou mais do que colheu, fica devendo e deve obrigatoriamente, continuar a trabalhar com a turma, para saldar a dívida.
O patrão poaieiro aproveita a entressafra para ir a procura de matas mais ricas, onde mandará seu pessoal. Geralmente, ele é o dono de um batelão e, com ele, levará os seus homens para locais escolhidos, junto com o mantimento; cada mês, passava para reabastecer seus barracões e recolher a poaia pronta, seca e ensacada.
Poaia,Ipeca, Ipecacuanha-AMata da Poaia e os Poaieiros do Mato Grosso – Thiéblot, Marcel.
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