Poaia, ipeca, ipecacuanha. A mata de poaia e os poaeiros do Mato Grosso - Thieblot, Marcel Jules
Essa primeira fase se situa no fim do século XIX, começo do século XX, até 1914. Havia então, grandes expedições como as que dirigia José Figueiredo, conhecido na região por Jejé, que dizem que viveu até os cem anos de idade. O jeié costumava organizar expedições de cem homens, viajando um mês, até alcançar as matas mais ricas. Levava mantimento para quatro ou cinco meses, em lombo de boi. Só voltava no fim da safra.
“Na barra do Bugres, entravam mil e tantos poaeiros.
Vinham aquelas tropas de lá do Rosário d’Oeste, dez, vinte bois, cling, cling, com cincerro na frente, o resto atrás com cangalha. Podia chover, nada; e tem outra coisa: passam de baixo dos paus, não estragava porque eram tudo de couro as bruacas e a cangalha era de pau. Família, não levavam. Alí eram só homens. Mas meninos iam com os pais, com os parentes. Os bois voltavam. O transporte era de umas quarenta léguas em lombo de boi. Esse Jejé foi um bicho traquejado em lutar com o povo. Esse arrancou muita poaia, porque aprendeu a falar a lingua do chiquito, do bugre.
Os bugres para eles eram mansos. Ele trabalhava tam bém com os kabixis. Então os índios mostravam poaia para ele, ensacavam e traziam poaia para ele. Mas quando os bugres chegavam no barracão dele, ele tinha que fazer despesa.
Aquelas mulheres que tapavam a bunda só com pena de bicho, chegavam com aquela linguagem, ele tinha que dar é fumo, é açúcar, é doce. Tudo isso, ele dava para os índios.
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