quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Eficácia Terapêutica dos Medicamentos de Origem Vegetal

Mostra a experimentação clínica que as preparações galenicas quando obtidas de plantas autenticas, e reunindo as condições exigidas pelos códigos farmacêuticos, apresentam sempre invariavelmente, a mesma eficácia terapêutica.
Guaraná
Mastra ainda mais que, para as drogas de princípios ativos definidos, o emprego desses mesmos princípios, isoladamente não produz efeito idêntico ao que se produz quando se administra a droga total: A quinina não possui ação rigorosamente igual a da casca de quina ou suas preparações farmacêuticas diversas; a digitalina possui manifestações diferente da digital; a cafeína ou guaranina, princípio considerado ativo do guaraná, possui Ação farmacodinâmica consideravelmente diferente da droga em natureza o que está sobejamente confirmado na prática médica; o mesmo se verificando com a noz de cola e outros vegetais.
Diante de tais fatos forçosos é concluir que na droga integral, não somente os princípios considerados ativos possuem ação específica; o conjunto dos componentes apresenta uma ação muitas vezes bem diversa daquela dos respectivos princípios ativos.
Daí a tendência moderna do emprego, de preferência, de preparações farmacêuticas, reunindo o conjunto dos princípios ativos ou uteis dos diversos vegetais, como por exemplo podem ser citados o pantopon, a totaquina, a digifolina, representando tais preprações em toda a sua atividade o complexo das respectivas drogas tal como nelas se encontram de início, mas expurgadas das substâncias inúteis ou irritantes que as acompanham, o que representa sem dúvida, notável progresso de farmacotécnica e uma demonstração decisiva da colaboração do farmacêutico na difícil ciência de curar.
Dentro dessa ordem de considerações ocorre naturalmente indagar, como atuarão as plantas ou suas preparações no organismo doente. Agirão somente os princípios ativos definidos que encerram muitas delas ou atuarão pelo complexo coloidal que as constituem?
O estudo químico analítico de numerosas plantas e seus efeitos terapêuticos constatados na pratica médica, parece conduzir a convicção de que os efeitos observados nas diversas doenças devem ser mais atribuíveis aos complexos que representam do que propriamente aos princípios que contem.
Na verdade um grande número de plantas nas quais a análise química rigorosa não revela nenhum principio ativo ou definido, a que se possa atribuir tal ou qual efeito que manifestam são, no entanto de ação eficaz e constante no tratamento de diversos estados mórbidos.
Os efeitos do guaraná e da noz de cola, não podem ser atribuídos únicos e exclusivamente a cafeína que as contem, porque esse derivado da xantina empregado isoladamente, não possui a ação curativa das citadas drogas.

Bibliografia: Revista da Flora Medicinal – 1937 – Acadêmico farmacêutico Virgilio Lucas.


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