Mostra a
experimentação clínica que as preparações galenicas quando obtidas de plantas
autenticas, e reunindo as condições exigidas pelos códigos farmacêuticos,
apresentam sempre invariavelmente, a mesma eficácia terapêutica.
Guaraná |
Mastra ainda
mais que, para as drogas de princípios ativos definidos, o emprego desses
mesmos princípios, isoladamente não produz efeito idêntico ao que se produz
quando se administra a droga total: A quinina não possui ação rigorosamente
igual a da casca de quina ou suas preparações farmacêuticas diversas; a
digitalina possui manifestações diferente da digital; a cafeína ou guaranina,
princípio considerado ativo do guaraná, possui Ação farmacodinâmica consideravelmente
diferente da droga em natureza o que está sobejamente confirmado na prática
médica; o mesmo se verificando com a noz de cola e outros vegetais.
Diante de
tais fatos forçosos é concluir que na droga integral, não somente os princípios
considerados ativos possuem ação específica; o conjunto dos componentes
apresenta uma ação muitas vezes bem diversa daquela dos respectivos princípios
ativos.
Daí a tendência
moderna do emprego, de preferência, de preparações farmacêuticas, reunindo o
conjunto dos princípios ativos ou uteis dos diversos vegetais, como por exemplo
podem ser citados o pantopon, a totaquina, a digifolina, representando tais
preprações em toda a sua atividade o complexo das respectivas drogas tal como
nelas se encontram de início, mas expurgadas das substâncias inúteis ou
irritantes que as acompanham, o que representa sem dúvida, notável progresso de
farmacotécnica e uma demonstração decisiva da colaboração do farmacêutico na
difícil ciência de curar.
Dentro dessa
ordem de considerações ocorre naturalmente indagar, como atuarão as plantas ou
suas preparações no organismo doente. Agirão somente os princípios ativos
definidos que encerram muitas delas ou atuarão pelo complexo coloidal que as
constituem?
O estudo
químico analítico de numerosas plantas e seus efeitos terapêuticos constatados
na pratica médica, parece conduzir a convicção de que os efeitos observados nas
diversas doenças devem ser mais atribuíveis aos complexos que representam do
que propriamente aos princípios que contem.
Na verdade um
grande número de plantas nas quais a análise química rigorosa não revela nenhum
principio ativo ou definido, a que se possa atribuir tal ou qual efeito que
manifestam são, no entanto de ação eficaz e constante no tratamento de diversos
estados mórbidos.
Os efeitos do
guaraná e da noz de cola, não podem ser atribuídos únicos e exclusivamente a
cafeína que as contem, porque esse derivado da xantina empregado isoladamente,
não possui a ação curativa das citadas drogas.
Bibliografia:
Revista da Flora Medicinal – 1937 – Acadêmico farmacêutico Virgilio Lucas.
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