domingo, 18 de janeiro de 2015

A era do remédio simpático

Superstição curiosa era a ideia de um remédio simpático. A noção era que no caso de uma ferida o remédio devia ser aplicado não sobre a ferida propriamente porem sobre o objeto que causara a ferida. A ferida era pensada, é certo; porém o machado, a faca, ou outro instrumento causador do golpe era tratado com pomada ou qualquer unguento curativo. Um pouco do mesmo modo como nós dizemos às crianças pequenas quando elas batem contra o poste, ou são projetadas dos seus carrinhos: “Poste malvado! Carrinho mau”! Paracelso, que tornou popular o remédio simpático, acreditava “que a aplicação da pomada na arma contundente atuava sobre a ferida por meio de uma corrente magnética através do ar”.
Urtiga doica
Uma superstição que persiste até aos nossos dias em algumas regiões do páis é que se alguém foi envenenado por uma planta, por exemplo a era venenosa, outra planta (Comigo ninguém pode, Lobelia), que é um antidoto contra veneno, será achada crescendo nas proximidades da planta venenosa: encontra-se perto da urtiga (Urtiga dioica) o rumex de folha larga que dizem ser antidoto do veneno urticante.
Com o princípio da colonização da América (Jamestow, 1607; Plymouth, 1620) a pratica da medicina e da farmácia teve o seu início neste país. “Existem alguns médicos e boticários muito educados em cada uma destas colônias, porem na sua maior parte a pratica da medicina consistia de empirismo e a aceitação do folclore índio”. Nenhum fomento ou reconhecimento da educação profissional ou outra qualquer foi prestado por qualquer destas colônias locais. Nas colônias de influência espanhola e francesa, os padres, e particularmente os jesuítas, foram o fator mais importante no desenvolvimento da farmácia e da medicina.
Uma autoridade na matéria diz respeito deste período: “Qualquer pessoa que conhecesse a diferença entre calomelanos e o tártaro emético, entre a jalapa e a ipecacunha, e tivesse a ousadia de empregar, que pudesse fabricar e aplicar unturas e emplastros, pensar feridas ou aplicar talas em um membro quebrado, era bem recebido na colônia e davam-lhe o título de doutor sem ele mesmo o pedir”.
Em 1765, estabeleceu-se a primeira escola médica dos Estados Unidos na Universidade de Pensilvania e ali era ensinada a farmácia, sendo assim introduzida na América do Norte a pratica de receitar. Foi neste lugar que Adam Kuhn, um dos discípulos de Lineu, se tornou em 1768 o primeiro professor de botânica e matéria médica nos Estados Unidos. Em 1790 publicava o primeiro jornal sobre o tema em Nova York.
Nos séculos XIX e XX as invenções, descobertas, aperfeiçoamentos e novo métodos deste ultimo período são numerosos de mais para que se possa sequer enumerar. Por meio do microscópio composto aperfeiçoado, a natureza do protoplasma, isto é, a matéria viva das células das plantas e dos animais foi demonstrada durante a primeira metade do século XIX por Von Mohl, Schleiden e Max, Schulze; e Pasteur (1822 -1895) estabeleceu os fundamentos da ciência da bacteriologia com seu trabalho sobre as bactérias, que incluem plantas da maior importância em medicina. Neste caso, contudo, estas plantas mostraram ser em geral antes a causa do que a cura da doença.
Bibliografia: Revista da Flora Medicinal – 1945 – Graves, Arthur Harmount – Resumo da História das Plantas Medicinais


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