Os primeiros historiadores do Brasil, em suas referencias
as plantas medicinais e às endemias então reinantes, silenciaram a respeito dos
principais vegetais atualmente usados como febrífugos. Gabriel Soares, Fernão Cardim,
Gandavo, Piso e Marcgrav não se referem às plantas conhecidas por Quinas.
Remijia ferrugínea , St Hill |
Foi preciso surgir Quineiras peruanas, com seu cortejo de
benefícios, para que também aparecessem as numerosas Falsas Quinas nacionais.
O aparecimento em nosso país, de numerosas plantas denominadas
como Quina, teve início o premio de valor instituído pelo governo colonial
aquele que descobrisse uma Quiona igual a do Peru.
Quina d Piaui ou Quina de D. Diogo, a qual foi
posteriormente classificada como Exostema
Souzanum, Mart, passando depois para Coutarea
hexandra, Schum, tida naquela época como um ótimo sucedâneo das legitimas
Cinchona.
Velloso dedicou estudos desta planta, uma de suas notáveis
obras, a Quinografia Portugueza.
Dentre estas espécies vegetais, ressalta como a de uso
mais difundido, a conhecida por Quina de Remigio ou Quina da Serra. Esta, foi
estudada pela primeira vez em 1850, pelo Dr Vieira de Mattos, a qual isolou de
suas cascas, uma mistura complexa e muito amarga, de grande voga no século
passado e a qual chamavam impropriamente Vieirina ou Vieirino.
St Hilairie atribuiu esta droga a atual Remijia ferrugínea (St. Hill) D.C. (Cinchona ferrugínea, ST Hilaire).
Ladenbergia hexandra |
Outra espécie de uso também bastante difundido, é a
conhecida por Quina do Rio Quina de folha larga ou Quina vermelha do Rio, a Ladenbergia hexandra (Pohl) Klotsch
A Farmacopeia Brasileira, também atribui a planta
atualmente conhecida como Quina mineira, Quina da serra, Quina de Remigio e
Quina remijio, a mesma origem indicada por Saint Hilaire; todavia, examinando
numerosas partidas da droga existente no comercio do Rio de Janeiro sob esta
denominação verificamos que tal não acontecia. As cascas assim expostas a venda
foram extraídas de árvores de grande porte, contrariamente as que podem
fornecer os exemplares de Remijia ferrugínea
( S. Hil.) D. C, pequeno arbusto.
Com material botânico completo, obtido de material
existente na Parada Joaquim Ovidio, Estado do Rio, tivemos ocasião de
determinar a espécie fornecedora de tal droga, a Ladenbergia hexandra (Pohl) Klotsch, mencionada nas obras a
respeito, como fornecedora da Quina do Rio, Quina de folha larga, Quina
vermelha do Rio, etc.
Confrontamos a droga fornecida pela Ladenbergia hexandra com que fornece a Remijia ferrugínea ( St.
Hill) D.C.
Esta última era proveniente de material completo que
devemos a gentileza ao botânico Dr. Mello Barreto, chefe do Horto Botânico de
Belo Horizonte.
No entanto, nunca tivemos oportunidade de encontrar um só
grama das cascas provenientes de exemplares da Remijia ferrugínea (St. Hil).
Uma dúvida no entanto persiste; é verificar si a
Vieirina, tão empregada no século passado, foi extraída de cascas de legitima
Remijia ferrugínea ou de casca de Ladenbergia hexandra.
Bibliografia:
Peckolt,
Oswaldo de Lazzarini – Revista da Flora Medicinal - 1938
A dúvida continua, né?
ResponderExcluirGostaria que alguém Pudesse esclarecer sobre a verdadeira Quina!!!