domingo, 25 de janeiro de 2015

Bauhinia forficata, Link e seu estudo fármaco-químico

Sob  denominações vulgares de Unha de vaca, Pata de vaca., Unha de boi, Unha de boi de espinho, Unha d’anta, Pata de burro, Unha de veado, Moroó, Miroró e de Baunia, são muito usadas pelo povo algumas espécies do gênero Bauhinia, dentre as quais se salientando por sua maior difusão e uso, a Bauhinia forficata, Família das Leguminosas, sub-família das cesalpineas.
Folhas de Bauhinia forficata.
Em todas as investigações. Verificamos que, quimicamente, mesmo as espécies exóticas, são ainda muito mal conhecidas. Nossas primeiras investigações químicas sobre a Pata de vaca, datam de 1934, ano em que, justamente como colega farmacêutico Renato Dias da Silva, iniciámos uma análise desta planta para a qual, tínhamos já a atenção voltada desde os primeiros trabalhos farmacológicos apresentados por Carmela Juliani.
O primeiro cuidado que tivemos foi aproveitar o material fresco de que dispúnhamos para realizar a pesquisa de glicoside pelo método bioquímico de Bouquelot. Esta pesquisa deu-nos resultado positivo, que nos fez concluir pela presença de uma heteroside a que denominámos Bauinoside.
Em nossas primeiras investigações procedidas sobre a Pata de Vaca, em 1934, havíamos ainda observado a presença do ácido tartárico, que agora vemos também confirmado nos recentes e magníficos trabalhos de Rabaté e Gourévitch.
Além da glicoside, pudemos verificar também nas folhas da Bauínia, a presença de um Alcaloide, cuja identidade não nos foi ainda possível estabelecer, não só por falta de tempo, mas sobretudo por deficiência da capacidade do vasilhame de laboratório de pesquisa, que não permite trabalhar com material em quantidade suficiente para o isolamento de princípios imediatos em proporções capazes de facultar a determinação de suas constantes físico-químicas.
Emprego Terapêutico
Não se sabe até o momento presente, a qual dos princípios imediatos da Bauhínia forficata se deve atribuir sua ação hipoglicemiante de há muito observada empiricamente em seu emprego como antidiabético, e de maneira científica demonstrada por Carmela Juliani desde 1930, em concludentes experiências farmacodinâmicas e rigorosas observações clínicas.]Não há dados seguros que autorizem atribuir tal ação, quer à glicoside, já agora conhecida, quer ao alcaloide ou talvez mesmo, ao tanino existente na planta.
Além da ação hipoglicemiante, possue a pata de vaca propriedades, bem comprovada que faz muito pareciada na medicina popular. No Rio Grande do Sul é muito comum o uso de seu decocto juntamente com o mate chimarrão, pelas pessoas que sofrem de gonorreia.
Há indicações também para o tratamento da Lepra, da elefantíase e mordedura de cobras.
Martius a indicou como emoliente. De todos os autores há indicação como diurética, antiblenorrágica e vermífuga, nas raízes; finalmente propriedades purgativas, nas flores. O Profº Dias da Rocha manda usar as cascas do caule, em decocto, na proporção de 4:250, para ser usado em xícaras, três vezes ao dia, para combater as tosses e bronquites.
Entendemos que a melhor maneira de usar Unha de vaca é em extrato fluído praparado com a planta ou estabilizada.

Bibliografia: Revista da Flora Medicinal, Farm. Oswaldo de Almeida Costa, 1940


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