Sob denominações
vulgares de Unha de vaca, Pata de vaca., Unha de boi, Unha de boi de espinho,
Unha d’anta, Pata de burro, Unha de veado, Moroó, Miroró e de Baunia, são muito
usadas pelo povo algumas espécies do gênero Bauhinia, dentre as quais se salientando
por sua maior difusão e uso, a Bauhinia forficata, Família das Leguminosas,
sub-família das cesalpineas.
Folhas de Bauhinia forficata. |
Em todas as investigações. Verificamos que, quimicamente,
mesmo as espécies exóticas, são ainda muito mal conhecidas. Nossas primeiras
investigações químicas sobre a Pata de vaca, datam de 1934, ano em que,
justamente como colega farmacêutico Renato Dias da Silva, iniciámos uma análise
desta planta para a qual, tínhamos já a atenção voltada desde os primeiros
trabalhos farmacológicos apresentados por Carmela Juliani.
O primeiro cuidado que tivemos foi aproveitar o material
fresco de que dispúnhamos para realizar a pesquisa de glicoside pelo método bioquímico
de Bouquelot. Esta pesquisa deu-nos resultado positivo, que nos fez concluir
pela presença de uma heteroside a que denominámos Bauinoside.
Em nossas primeiras investigações procedidas sobre a Pata
de Vaca, em 1934, havíamos ainda observado a presença do ácido tartárico, que
agora vemos também confirmado nos recentes e magníficos trabalhos de Rabaté e
Gourévitch.
Além da glicoside, pudemos verificar também nas folhas da
Bauínia, a presença de um Alcaloide, cuja identidade não nos foi ainda possível
estabelecer, não só por falta de tempo, mas sobretudo por deficiência da
capacidade do vasilhame de laboratório de pesquisa, que não permite trabalhar
com material em quantidade suficiente para o isolamento de princípios imediatos
em proporções capazes de facultar a determinação de suas constantes físico-químicas.
Emprego
Terapêutico
Não se sabe até o momento presente, a qual dos princípios
imediatos da Bauhínia forficata se
deve atribuir sua ação hipoglicemiante de há muito observada empiricamente em
seu emprego como antidiabético, e de maneira científica demonstrada por Carmela
Juliani desde 1930, em concludentes experiências farmacodinâmicas e rigorosas
observações clínicas.]Não há dados seguros que autorizem atribuir tal ação,
quer à glicoside, já agora conhecida, quer ao alcaloide ou talvez mesmo, ao
tanino existente na planta.
Além da ação hipoglicemiante, possue a pata de vaca
propriedades, bem comprovada que faz muito pareciada na medicina popular. No
Rio Grande do Sul é muito comum o uso de seu decocto juntamente com o mate
chimarrão, pelas pessoas que sofrem de gonorreia.
Há indicações também para o tratamento da Lepra, da
elefantíase e mordedura de cobras.
Martius a indicou como emoliente. De todos os autores há indicação
como diurética, antiblenorrágica e vermífuga, nas raízes; finalmente
propriedades purgativas, nas flores. O Profº Dias da Rocha manda usar as cascas
do caule, em decocto, na proporção de 4:250, para ser usado em xícaras, três
vezes ao dia, para combater as tosses e bronquites.
Entendemos que a melhor maneira de usar Unha de vaca é em
extrato fluído praparado com a planta ou estabilizada.
Bibliografia:
Revista da Flora Medicinal, Farm. Oswaldo de Almeida Costa, 1940
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