F. W. Graaff, um americano amante de aventuras, internou-se
pelo Amazonas em junho de 1899, e nos legou um livro cheio de narrativas impressionantes:
“Os caçadores de cabeças do Amazonas”. Esse título necessitava uma explicação.
Os índios, por praticas ainda desconhecidas, conseguem reduzir as cabeças humanas
a dimensões incríveis; e, por uma dessas aberrações inexplicáveis da moda,
estão sendo utilizadas, em New York, nos cabos das sombrinhas!
Cerimônia do Caapi |
Nas páginas do roteiro de viagem daquele aventureiro
americano assombra o seu entusiasmo pela nossa terra quando exclama : ”Sinto-me
feliz agora por isso, porque vivi nesse pais que representa a maior região
inexplorada da terra”.
Na sua convivência com as tribos Jivaros presenciou
estados oníricos provocados pelo Caapi, assim como de outra bebida, chamada
Giamanchi, preparada em grandes quantidades pelas mulheres, para os dias
festivos. Contem álcool em pequena quantidade, de modo que a embriagues só
aparece quando a dose é demasiada. A ebriedade obtida pelo Giamanchi nada tem
de comum com a que é causada por pela química moderna, porque aquela bebida
produz um efeito mais estupefaciente do que excitante.
Em 1908, Euclydes da Cunha, de regresso de uma das
excursões ao norte do pais, transportou o Yagê presenteando-o ao seu amigo Dr
Frederico Freise, estudioso da nossa flora.
No Rio, em 1910, Oscar Guanabarino, conhecido intelectual
e crítico musical, influenciado pelas leituras sobre as propriedades de
televisão atribuídas à planta magica, compôs uma comedia intituleda –O Yagê-
Em 1914, Frederico Freise chefiando uma missão cientifica
no Peru, obteve em Pebas, rio Maranhão, território ocupado pelos índios Koto,
ramos floridos, sementes e cascas do Yagê. As sementes foram levadas para sua
propriedade na serra dos Aymorés, rio dos Pancas, Espirito Santo onde se
aclimataram.
Em 1921 Reinburg ocupou-se da Ayahuesca, do Yagê e da
Trombeta branca (Datura arbórea).
Em 1923 fizeram trabalhos sobre o Yagê, Guilherme Fischer
Cardenas, Perrot, Georgina Munoz. Esta dedicou-se exclusivamente a parte
psico-fisiológica.
Em 1925, Barriga Villalba, da Universidade de Bogotá,
retoma as investigações anteriores e separa dosi alcaloides, dando-lhes os
nomes de Yageina e Yagenina, cuja porcentagem no vegetal é de 1,5% para o
primeiro e de 0,025% para o segundo.
Bibliografia:
Revista da Associação Brasileira de Farmacêuticos – Setembro de 1936 – Oswaldo
de A. Costa e Luiz Faria – Laboratório Bromatológico
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