domingo, 15 de março de 2015

Breve História do Caapi.

F. W. Graaff, um americano amante de aventuras, internou-se pelo Amazonas em junho de 1899, e nos legou um livro cheio de narrativas impressionantes: “Os caçadores de cabeças do Amazonas”. Esse título necessitava uma explicação. Os índios, por praticas ainda desconhecidas, conseguem reduzir as cabeças humanas a dimensões incríveis; e, por uma dessas aberrações inexplicáveis da moda, estão sendo utilizadas, em New York, nos cabos das sombrinhas!
Cerimônia do Caapi
Nas páginas do roteiro de viagem daquele aventureiro americano assombra o seu entusiasmo pela nossa terra quando exclama : ”Sinto-me feliz agora por isso, porque vivi nesse pais que representa a maior região inexplorada da terra”.
Na sua convivência com as tribos Jivaros presenciou estados oníricos provocados pelo Caapi, assim como de outra bebida, chamada Giamanchi, preparada em grandes quantidades pelas mulheres, para os dias festivos. Contem álcool em pequena quantidade, de modo que a embriagues só aparece quando a dose é demasiada. A ebriedade obtida pelo Giamanchi nada tem de comum com a que é causada por pela química moderna, porque aquela bebida produz um efeito mais estupefaciente do que excitante.
Em 1908, Euclydes da Cunha, de regresso de uma das excursões ao norte do pais, transportou o Yagê presenteando-o ao seu amigo Dr Frederico Freise, estudioso da nossa flora.
No Rio, em 1910, Oscar Guanabarino, conhecido intelectual e crítico musical, influenciado pelas leituras sobre as propriedades de televisão atribuídas à planta magica, compôs uma comedia intituleda –O Yagê-
Em 1914, Frederico Freise chefiando uma missão cientifica no Peru, obteve em Pebas, rio Maranhão, território ocupado pelos índios Koto, ramos floridos, sementes e cascas do Yagê. As sementes foram levadas para sua propriedade na serra dos Aymorés, rio dos Pancas, Espirito Santo onde se aclimataram.
Em 1921 Reinburg ocupou-se da Ayahuesca, do Yagê e da Trombeta branca (Datura arbórea).
Em 1923 fizeram trabalhos sobre o Yagê, Guilherme Fischer Cardenas, Perrot, Georgina Munoz. Esta dedicou-se exclusivamente a parte psico-fisiológica.
Em 1925, Barriga Villalba, da Universidade de Bogotá, retoma as investigações anteriores e separa dosi alcaloides, dando-lhes os nomes de Yageina e Yagenina, cuja porcentagem no vegetal é de 1,5% para o primeiro e de 0,025% para o segundo.

Bibliografia: Revista da Associação Brasileira de Farmacêuticos – Setembro de 1936 – Oswaldo de A. Costa e Luiz Faria – Laboratório Bromatológico

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