domingo, 8 de março de 2015

No Yagê o veneno para a cabeça

Entorpecente = substância natural ou artificial  classificada como veneno para o cérebro, cuja ação entorpecente caracteriza-se por exaltação de fantasias e da excitação psicosensora pelo obscurecimento da consciência da faculdade de opinião, pela deficiência de raciocínio pela deficiência dos poderes inibidores.
Seria a existência destas substâncias um motivo de alegria ou de tristeza? O Yagê e a sua yagenina e yageina são substâncias que a química vai entregar a medicina mais um poderoso agente terapêutico, porém sabemos também da possibilidade da deturpação da sua verdadeira finalidade.

Já aconteceu o mesmo com a cocaína e a morfina.
A origem do Yagê é muito mais antiga do que na realidade parece. As descrições de Humboldt, Spruce, e dos povos pré-colombianos, nos vieram abrir os olhos para as maravilhas da natureza tropical. Mas, a verdade é que já na dinastia dos Incas, se encontram provas provadas do culto do Yagê. Mama Ocllo era a deusa que oficiava nos ritos sagrados dos Incas nos quais o Yagê representava papel importante, e cujo emprego só era permitido aos padres oficiantes e aos velhos. Eles conheciam os efeitos de clarividência e telepatia da planta. Assim podia um sacerdote predizer a queda de um império uq havia chegado ao máximo esplendor com Huaina-Capac em 1475.
Os conquistadores espanhóis especialmente o padre Valverde, divisaram as magicas virtudes daquele chá.
No Brasil a origem do Yagê é um tanto confusa, como aliás a de quase todos os vegetais empregados na medicina. O próprio nome da planta é grafado Yagê, Jahe,Iagê..
Richard Spruce percorrendo o Amazonas, entre 1849 e 1854, incluiu nos seus celebres apontamentos um capítulo: Uso e feitos do Caapi. As inquirições do botânico britânico precederam cerca de meio século, o colombiano Zerda Bayon qu estudou esta planta em 1909.
Em 1857, Spruce, depois de ter permanecido perto de dois anos no Peru, aportou pelo rio Pastasa a grande floresta de Canelos, habitada pelas tribos Zaparos, lá encontrando Caapi, usado juntamente com as decocções de tabaco e de trombeta branca , Datura arbórea.
Manoel Villavicencio, natural de Quito, publicou em 1858, geografia da República do Equador onde também menciona a região onde se encontra Caapi.


Bibliografia: Revista da Associação Brasileira de Farmacêuticos – Setembro de 1936 – Oswaldo de A. Costa e Luiz Faria – Laboratório Bromatológico.

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