Consiste em uma árvore relativamente grande, sendo
conhecida como “Nogueira da Índia” ou “Nogueira de Iguape” e amplamente distribuída
no território catarinense. Suas folhas e cascas do caule são frequentemente
utilizadas para tratamento de várias doenças, incluindo tumores, úlceras,
febres, diarreia, disenteria, asma e processos dolorosos.
Alguns estudos realizados anteriormente, por um grupo de
pesquisa da Bélgica, demonstraram que o extrato da planta coletada no Havaí
exercem ações antivirais, especialmente contra vírus HIV, além de efeito
antibacteriano contra Staphylococcus aureus aeruginosa.
Aleurites moluccana L Willd |
No entanto, estudos conduzidos em nossos laboratórios com
planta coletada em nossa região indicaram que os diferentes extratos obtidos de
A. Moluccana não foram eficazes contra bactéria, inclusive S. Aureus ou fungos
sugerindo a influência de fatores ambienteais na biossíntese dos
fitoconstituintes que podem mudar a composição química das plantas. Isto pode
ser confirmado pelo isolamento de outros compostos por diferentes
pesquisadores, como a cumarina moluccanin e os triterpenos moretenona e moretenol,
os quais não foram detectados em nossos estudos. Por outro lado, demonstramos que
os extratos brutos de diferentes partes da A. moluccana e principalmente a
fração hexânica apresentaram potencial analgésico em diferentes modelos
experimentais de dor em camundongo. Os ensaios direcionados para o isolamento dos
princípios ativos levaram à determinação do n-hentriacontano, alfa-amirina,
beta-amirina, estigmasterol, beta-sitosterol e ácido acetil aleuritólico, que inibiram
significativamente as contorções
abdominais induzidas pelo ácido acético em camundongos.
Mais recentemente, demonstramos que a swertisina, um
flavonoíde C-glicosídeo isolado das folhas desta planta, não exerce ação
analgésica no modelo de contorções abdominais induzidas pelo pácido acético em
camundongos. Ao contrário, de seu derivado O-rammose swertisina, foi cerca de
16 vezes mais potente do que a aspirina neste modelo, sugerindo que o grupo
ramnosil é importante para a ação analgésica destes compostos.
Em relação a separação cromatográfica destes flavonoides,
é importante mencionar que foram obtidos resultados promissores quando se utilizou quitina complexada com átomos de
ferro como fase estacionária em cromatografia em coluna.
A análise preliminar do mecanismo de ação analgésica do
extrato hidroalcoólico das folhas desta planta sugere que o mesmo atua
independente da ativação do sistema opióide ou da liberação de glicocorticoides
endógenos.
Bibliografia:
Revista Química Nova, 23 (5) (2000) – Estudos desenvolvidos na NIQFAR/UNIVALI –
Valdir Cechinel Filho
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