quarta-feira, 15 de julho de 2015

Aleurites moluccana L. Willd (Euphorbiaceas)

Consiste em uma árvore relativamente grande, sendo conhecida como “Nogueira da Índia” ou “Nogueira de Iguape” e amplamente distribuída no território catarinense. Suas folhas e cascas do caule são frequentemente utilizadas para tratamento de várias doenças, incluindo tumores, úlceras, febres, diarreia, disenteria, asma e processos dolorosos.
Alguns estudos realizados anteriormente, por um grupo de pesquisa da Bélgica, demonstraram que o extrato da planta coletada no Havaí exercem ações antivirais, especialmente contra vírus HIV, além de efeito antibacteriano contra Staphylococcus aureus aeruginosa.
Aleurites moluccana L Willd
No entanto, estudos conduzidos em nossos laboratórios com planta coletada em nossa região indicaram que os diferentes extratos obtidos de A. Moluccana não foram eficazes contra bactéria, inclusive S. Aureus ou fungos sugerindo a influência de fatores ambienteais na biossíntese dos fitoconstituintes que podem mudar a composição química das plantas. Isto pode ser confirmado pelo isolamento de outros compostos por diferentes pesquisadores, como a cumarina moluccanin e os triterpenos moretenona e moretenol, os quais não foram detectados em nossos estudos. Por outro lado, demonstramos que os extratos brutos de diferentes partes da A. moluccana e principalmente a fração hexânica apresentaram potencial analgésico em diferentes modelos experimentais de dor em camundongo. Os ensaios direcionados para o isolamento dos princípios ativos levaram à determinação do n-hentriacontano, alfa-amirina, beta-amirina, estigmasterol, beta-sitosterol e ácido acetil aleuritólico, que inibiram significativamente  as contorções abdominais induzidas pelo ácido acético em camundongos.
Mais recentemente, demonstramos que a swertisina, um flavonoíde C-glicosídeo isolado das folhas desta planta, não exerce ação analgésica no modelo de contorções abdominais induzidas pelo pácido acético em camundongos. Ao contrário, de seu derivado O-rammose swertisina, foi cerca de 16 vezes mais potente do que a aspirina neste modelo, sugerindo que o grupo ramnosil é importante para a ação analgésica destes compostos.
Em relação a separação cromatográfica destes flavonoides, é importante mencionar que foram obtidos resultados promissores quando se  utilizou quitina complexada com átomos de ferro como fase estacionária em cromatografia em coluna.
A análise preliminar do mecanismo de ação analgésica do extrato hidroalcoólico das folhas desta planta sugere que o mesmo atua independente da ativação do sistema opióide ou da liberação de glicocorticoides endógenos.

Bibliografia: Revista Química Nova, 23 (5) (2000) – Estudos desenvolvidos na NIQFAR/UNIVALI – Valdir Cechinel Filho


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