Conhecida popularmente como “orchidea da praia”, a E. mosenii viceja na região sul do país,
especialmente no litoral catarinense, sendo empregada como ornamental e algumas
vezes usadas na medicina popular com finalidade terapêutica, especialmente
contra as patologias relacionadas aos processos dolorosos e infecciosos. Embora
a família Orchidacea contenha várias plantas com variada ação farmacológica, os
estudos relativos ao gênero Epidendrum são raros e a E. mosenii foi investigada pela primeira vez por nosso grupo de
pesquisa..
Epidendrun fulgenes |
Os resultados indicaram um excelente efeito analgésico
para o extrato metanólico obtido dos caules desta planta no modelo de dor
induzida pelo ácido acético. Além dos esteroides campesterol, estigmasterol e
beta-sitosterol, foram isolados os triyerpenos folidotina e
24-metileno-ciclorartanol, os quais demonstraram potente efeito analgésico em vários
modelos de dor. Considerando que a molécula da folidotina existe um grupo
cinamoila e que ligações desta natureza (éster) são quebradas com certa
facilidade, ocorreu nos que talvez o composto pudesse ser um artefato produzido
pela hidrólise do composto. No entanto, os experimentos confirmaram que o
composto ocorre naturalmente na planta em questão.
Recentemente, foi analisado em nosso laboratório se esta
planta possui efeitos tóxicos que pudessem comprometer seus usos terapêuticos,
mas os resultados preliminares não revelara toxicidade em ratos.
Sebastiania schottiana
Muell. Arg. (Euphorbiaceae)
Planta conhecida como sarandi-negro, branquicho, branquilho
ou simplesmente quebra pedra”, a S. schottiana ocorre abundantemente nas
pequenas ilhas das corredeiras do rio Itajaí açu em Santa Catarina, sendo usada
pela população como remédio para combater afecções renais e infecções.
Sebastiania schottiana |
Em 1986, Calixto e cols relataram que os extratos obtidos
das partes aéreas desta planta possuíam ação antispasmódica em diferentes
preparações “in vitro”, efeito este comprovado posteriormente estar relacionado
com a presença da acetofenona denominada xantoxilina, presente com bom
rendimento na planta (-0,25%). Cabe mencionar que esta substancia, usada como
protótipo, originou inúmeros derivados com importantes ações farmacológicas
tais como antiespasmódicas, analgésicas, anti-inflamatórias e antifúngicas.
Por outro lado, o extrato apresentou efeito analgésico em
camundongos, o qual não foi evidenciado para a xantoxilina levando-nos a
determinar os compostos que poderiam estar sendo responsáveis por este efeito
do extrato . Assim, os estudos fitoquímicos realizados com as partes aéreas e
com as raízes de S. schottiana revelaram a presença de dois triterpenos que
apresentaram uma notável ação analgésica em diferentes modelos de dor, os quais
foram identificados como o glutinol e a moretenona, todos mostrando-se varias
vezes mais potentes do que o extrato bruto e que alguns fármacos padrões.
Bibliografia:
Revista Química Nova, 23 (5) (2000) – Estudos desenvolvidos na NIQFAR/UNIVALI –
Valdir Cechinel Filho
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