quarta-feira, 29 de julho de 2015

Epidentrum mosenii Rchb. F (Orchidacense)

Conhecida popularmente como “orchidea da praia”, a E. mosenii viceja na região sul do país, especialmente no litoral catarinense, sendo empregada como ornamental e algumas vezes usadas na medicina popular com finalidade terapêutica, especialmente contra as patologias relacionadas aos processos dolorosos e infecciosos. Embora a família Orchidacea contenha várias plantas com variada ação farmacológica, os estudos relativos ao gênero Epidendrum são raros e a E. mosenii foi investigada pela primeira vez por nosso grupo de pesquisa..
Epidendrun fulgenes
Os resultados indicaram um excelente efeito analgésico para o extrato metanólico obtido dos caules desta planta no modelo de dor induzida pelo ácido acético. Além dos esteroides campesterol, estigmasterol e beta-sitosterol, foram isolados os triyerpenos folidotina e 24-metileno-ciclorartanol, os quais demonstraram potente efeito analgésico em vários modelos de dor. Considerando que a molécula da folidotina existe um grupo cinamoila e que ligações desta natureza (éster) são quebradas com certa facilidade, ocorreu nos que talvez o composto pudesse ser um artefato produzido pela hidrólise do composto. No entanto, os experimentos confirmaram que o composto ocorre naturalmente na planta em questão.
Recentemente, foi analisado em nosso laboratório se esta planta possui efeitos tóxicos que pudessem comprometer seus usos terapêuticos, mas os resultados preliminares não revelara toxicidade em ratos.

Sebastiania schottiana Muell. Arg. (Euphorbiaceae)
Planta conhecida como sarandi-negro, branquicho, branquilho ou simplesmente quebra pedra”, a S. schottiana ocorre abundantemente nas pequenas ilhas das corredeiras do rio Itajaí açu em Santa Catarina, sendo usada pela população como remédio para combater afecções renais e infecções.
Sebastiania schottiana
Em 1986, Calixto e cols relataram que os extratos obtidos das partes aéreas desta planta possuíam ação antispasmódica em diferentes preparações “in vitro”, efeito este comprovado posteriormente estar relacionado com a presença da acetofenona denominada xantoxilina, presente com bom rendimento na planta (-0,25%). Cabe mencionar que esta substancia, usada como protótipo, originou inúmeros derivados com importantes ações farmacológicas tais como antiespasmódicas, analgésicas, anti-inflamatórias e antifúngicas.
Por outro lado, o extrato apresentou efeito analgésico em camundongos, o qual não foi evidenciado para a xantoxilina levando-nos a determinar os compostos que poderiam estar sendo responsáveis por este efeito do extrato . Assim, os estudos fitoquímicos realizados com as partes aéreas e com as raízes de S. schottiana revelaram a presença de dois triterpenos que apresentaram uma notável ação analgésica em diferentes modelos de dor, os quais foram identificados como o glutinol e a moretenona, todos mostrando-se varias vezes mais potentes do que o extrato bruto e que alguns fármacos padrões.


Bibliografia: Revista Química Nova, 23 (5) (2000) – Estudos desenvolvidos na NIQFAR/UNIVALI – Valdir Cechinel Filho

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