Encontrada nos estados da Bahia, Pernambuco, Minas, São
Paulo e Rio de Janeiro.
Em cada estado um nome diferente. Nhandiroba coruptelas do
nome tupi Nhandy-yroba: fruto amargo, óleo de Jandyroba e Gendyroba: óleos amargos. Cipotá: grande planta trepadeira. Castanha de bugre: castanha indígena. Aqui Jatobá, o fruto Castanha de Jabotá, talvez também de origem tupi.
Planta que trepa em árvores alta, com folhas grandes
inteiras ovais, de cor verde brilhante o pedúnculo da inflorescência masculina
tem 7 cm de comprimento, as flores são de cor branca-amarelada pequenas; o pedúnculo
das flores femininas é curto e grosso e são de cor verde-amarelada. Fruto oval,
levemente triangular, liso, verde-claro, 4 ½ cm de comprimento, 1 ½ cm de
diâmetro, semente branca de sabor amargo nauseante. O povo aproveita apenas a
semente. O albúmen moído com quantidade igual de açúcar, recomendado contra
a dispepsia na dose de 8 grs antes das refeições; 3 a 4 vezes por dia 10grs
contra flatulência e afecções intestinais.
Uma a duas colheres das de sopa como purgativo, ou ainda
uma emulsão de 3 a 4 albumens. Para animais, cavalos, muares, 8 a 10 albumens.
O óleo é extraído dos albumens em cozimento com água, tem
cor parda-amarelada, de sabor desagradável, nauseante, e é aplicado em ficções
contra erisipelas e doenças de pele.
Cipó
Azougue
É assim vulgarmente chamada uma planta trepadeira, a Apodanthera smilacifolia, Cong, também
conhecida como Azougue dos pobres, que cresce em geral nas matas virgens, no
alto dos morros.
Em Cantagalo, estado do Rio de Janeiro, onde a colhemos e
planta muito vulgar.
É uma trepadeira cujas ramagens apresentam cera de 10m de
comprimento, entrelaçando-se entre os arbustos. O diâmetro do caule apresenta
aproximadamente a dimensão de ½ - 1 centímetro.
É rugoso esse caule, de cor, cinzento esverdinhada externamente;
na parte interna é colorido de amarelo pálido. Tem sabor muito semelhante ao do
taiuiá (Trianosperma tayuyá) e um aroma particular, parecido com o do queijo
velho, sobretudo alguns dias depois de colhido, quando começa a secar.
Os ramos novos deste vegetal, que tem 3-9 milímetros de
diâmetro, são verde-claros, muito flexíveis e fortes; têm sabor amargo, pouco
pronunciado mas um tanto nauseante.
As folhas são curtamente pecioladas, membranáceas,
opostas, alternando com as gavinhas, oblongas ou oblongas-lanceoladas, agudas
tendo os bordos dentados e espionhosos espaçadamente; são lisas em ambas as
faces e coloridas de verde-claro e lustrosas na superior; a face inferior é de
um verde muito pálido, esbranquiçado. Essas folhas tem as dimensões de 8 a 20 cm
de comprimento, sobre 4 a 10 de largura, na parte mediana.
A inflorescência é em racimos compostos de muitas flores
masculinas, mui pequenas, quase sesseis, com o cálice tubular de 3 a 4 cm de comprimento.
Desta planta são udsadas as folhas, as hastes e as
raízes; sobretudo as raízes são frequentemente empregadas, por serem
consideradas mais ativas.
A infusão é preparada com as hastes e as folhas, na proporção
de 10 para 100 de água a ferver.
A tintura propriamente do cipó, hastes e folhas, é feita
na proporção de 1 para 5 de álcool de 89%
O cozimento do cipó é feito na proporção de 20 partes
para 300 de coadura. As formulas mais aplicadas e mais eficazes são a infusão e
o cozimento da raiz, seguidas de alcoolatura da raiz. São empregadas como
depurativo e alterante.
A raiz do cipó azougue é considerada útil em todas as
moléstias da pele, simples ou de fundo sifilítico e artrítico. É mesmo reputada
como específico da sífilis.
Na terapêutica indígena são empregados o extrato fluido,
o xarope e o cozimento da raiz.
Externamente o cipó azougue usado em cozimento, para
banhos, nos casos de sarna e outras dermatoses de crianças.
Bibliografia:
Revista da Flora Medicinal, 1936 e 1941 – As Cucurbitáceas Brasileiras. Gustavo
e Theodoro Peckolt.
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