Em meados do século XVII estava o mundo com uma coleção
de alcaloides, chefiados pela morfina e a quinina. Mas esta última neutralizava
os seus altíssimos méritos com o excessivo do preço; os pobres não podiam
usa-la. Em 1850 a Sociedade de Farmácia da França chamou para esse ponto a
atenção dos químicos.
“Já de muito tempo entrou em foco o problema dum
substituto mais barato para do quinino, ou da redução do preço do quinino, de
modo que possa ter mais larga aplicação... Fazemos, portanto, um apelo... oferecendo
um premio de quatro mil francos ao químico que descobrir o meio de preparar a
quinina artificialmente...”
Os concorrentes deviam apresentar o resultado de seus
trabalhos antes do dia 1º de janeiro de 1851, enviando no mínimo meia libra de
quinina sintética.
Esse prêmio nunca foi reclamado, nem mesmo quando em 1940
os ditadores europeus e nipônicos começaram a disputar o domínio das plantações
de quina nas Índias Orientais.
A quinina sintética continuava um sonho
Outros alcaloides iam sendo criados nos laboratórios, e
produzidos sinteticamente em muito melhores condições de preço que o produto natural,
mas a quinina resistiu ao engenho dos homens.
Quando a sociedade de Farmácia de França propôs aquele premio,
de nenhum modo podia prever o que realmente sucedeu. Não podia prever que
William Henry Perkin, um pesquisador inglês de 18 anos, ao tentar obter a
quinina sintético obteria acidentalmente a primeira das anilinas extraídas do
alcatrão.
Nem igualmente podia conceber que a incapacidade de criar
a quinina sintético iria induzir os europeus a romper com o monopólio sul-americano,
promovendo as plantações do Oriente.
Bibliografia:
Mágica em Garrafas, A história dos Grandes Medicamentos – Milton Silverman –
tradução de Monteiro Lobato – Cia Editora Nacional 1943.
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