domingo, 3 de abril de 2016

A Digitalis e a Hidropisia na Inglaterra do século XVIII

Em 1741, em plena era do confucionismo sobre o tuberculose, a hidropsia, a digitális e o peru seco, veio ao mundo William Withering, na aldeia de Wellington, no Shrodpshire,  poucas milhas de Birmingham. Era inconcebível que esta criatura não fosse médico, pois seu pai era médico, dois de seus tios eram médicos e médico também fora um seu avô- exatamente o parteiro que pôs no mundo o grande Samuel Johnson.
Na idade de 23 anos William tinha desagradável ideia sobre a botânica. Dois anos mais tarde graduou-se médico em Edimburgo e sua tese foi sobre “ulcera maligna da garganta”. Depois de formado voltou a Withering e procurou se colocar profissionalmente. Para isso escolheu a cidade de Stafford. A cidade ficava perto de Wllington de modo que o prestigio de seu pai e tios muito ajudou no estabelecimento. Logo se defrontou com o embaraço da excelente saúde da população; e – caso curioso- só adoeciam os sem dinheiro ou os que tinham mas eram clientes de outro médico local.
Afinal uma boa doente surgiu – Helena Cooke, muito mais bela do que doente e que talvez por isso fosse diariamente visitada pelo novo doutor. Durante a demorada convalescença Helena entregou-se a pintura das flores que diariamente o bom médico trazia para a paciente.
A falta de doentes dava ao médico tempo de sobra para estudar e se tornar um botânico profissional.
Depois de cinco anos de namoro, Withering e Miss Cook se casaram – e o camento fe-los compreender que a clinica ali em Stafford era por de mais escassa. Tinham de mudar-se – e Withering passou mais três anos estudando para onde se mudar .
Certa vez ao consulta uma paciente esta lhe ofereceu uma receita caseira para combate a hidropisia.
- Isto não é coisa minha, disse a cliente, mas estou ansiosa pela sua opinião a respeito, doutor.
- Ah! Exclamou o jovem Wthering sorrindo. Tenho que examinar a receita antes de responder leu o que estava escrito.
- Não tenho nenhum interesse pessoal no assunto, disse a paciente. Curiosidade apenas. Esta receita é velhíssima em Shropshire. Um remédio de família. No campo usam-na para trata da hidropisia
- Hidropsia? Repetiu Withering franzindo a testa. Minha cara amiga, não há cura para semelhante doença; informou o médico. Ah! Quanta superstição existe pelo mundo.
- Acha superstição? O doutor deve saber o caso é que estas ervas continuam a curar a hidropisia apesar de condenadas pelos médicos.
O médico releu a receita: Folhas de primavera, não valem nada. Raiz de planta aquática, idem. Tanchagem – inativo, Primola, isto é só para dar gosto. Bagas de murta...Flor de cera, bobagem. Espere...Que é isto? Campainha de defunto? Será possível? E voltando para as consulentes; Esta bem certa de que esta formula cura hidropisia? Já viu curar?
- Está claro que vi, doutor. Não há aqui em Shropshire quem não saiba disso.
-Tenho que verificar o ponto. Tenho de experimentá-la em meus doentes para saber se funciona ou não. Em tempo próprio lhe comunicarei os resultados.

Bibliografia: Mágica em Garrafas, A história dos Grandes Medicamentos – Milton Silverman – tradução de Monteiro Lobato – Cia Editora Nacional 1943

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