Em 1741, em plena era do confucionismo sobre o
tuberculose, a hidropsia, a digitális e o peru seco, veio ao mundo William
Withering, na aldeia de Wellington, no Shrodpshire, poucas milhas de Birmingham. Era inconcebível
que esta criatura não fosse médico, pois seu pai era médico, dois de seus tios
eram médicos e médico também fora um seu avô- exatamente o parteiro que pôs no
mundo o grande Samuel Johnson.
Na idade de 23 anos William tinha desagradável ideia
sobre a botânica. Dois anos mais tarde graduou-se médico em Edimburgo e sua
tese foi sobre “ulcera maligna da garganta”. Depois de formado voltou a
Withering e procurou se colocar profissionalmente. Para isso escolheu a cidade
de Stafford. A cidade ficava perto de Wllington de modo que o prestigio de seu
pai e tios muito ajudou no estabelecimento. Logo se defrontou com o embaraço da
excelente saúde da população; e – caso curioso- só adoeciam os sem dinheiro ou os
que tinham mas eram clientes de outro médico local.
Afinal uma boa doente surgiu – Helena Cooke, muito mais
bela do que doente e que talvez por isso fosse diariamente visitada pelo novo doutor.
Durante a demorada convalescença Helena entregou-se a pintura das flores que
diariamente o bom médico trazia para a paciente.
A falta de doentes dava ao médico tempo de sobra para estudar
e se tornar um botânico profissional.
Depois de cinco anos de namoro, Withering e Miss Cook se
casaram – e o camento fe-los compreender que a clinica ali em Stafford era por de mais escassa. Tinham de mudar-se – e Withering passou mais três anos
estudando para onde se mudar .
Certa vez ao consulta uma paciente esta lhe ofereceu uma
receita caseira para combate a hidropisia.
- Isto não é coisa minha, disse a cliente, mas estou
ansiosa pela sua opinião a respeito, doutor.
- Ah! Exclamou o jovem Wthering sorrindo. Tenho que
examinar a receita antes de responder leu o que estava escrito.
- Não tenho nenhum interesse pessoal no assunto, disse a
paciente. Curiosidade apenas. Esta receita é velhíssima em Shropshire. Um
remédio de família. No campo usam-na para trata da hidropisia
- Hidropsia? Repetiu Withering franzindo a testa. Minha cara
amiga, não há cura para semelhante doença; informou o médico. Ah! Quanta superstição
existe pelo mundo.
- Acha superstição? O doutor deve saber o caso é que
estas ervas continuam a curar a hidropisia apesar de condenadas pelos médicos.
O médico releu a receita: Folhas de primavera, não valem
nada. Raiz de planta aquática, idem. Tanchagem – inativo, Primola, isto é só para
dar gosto. Bagas de murta...Flor de cera, bobagem. Espere...Que é isto?
Campainha de defunto? Será possível? E voltando para as consulentes; Esta bem
certa de que esta formula cura hidropisia? Já viu curar?
- Está claro que vi, doutor. Não há aqui em Shropshire
quem não saiba disso.
-Tenho que verificar o ponto. Tenho de experimentá-la em
meus doentes para saber se funciona ou não. Em tempo próprio lhe comunicarei os
resultados.
Bibliografia:
Mágica em Garrafas, A história dos Grandes Medicamentos – Milton Silverman –
tradução de Monteiro Lobato – Cia Editora Nacional 1943.
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