terça-feira, 31 de janeiro de 2017

As histórias das salsaparrilhas

A planta outro designada como Smilax laevis minor, e que Plínio, entretanto chamava de Convulvulus, não é outro se não com Convulvulus arvensis. A ipomaea bona-nox , Linne era chamada do Bauhin; Smilax áspera indiae ocidentalis a ulvularia amplexifólia trazia o nome de smilax perfoliata, ramosa, flore albo.
Smilax aspera
A única Smilax da Europa é a Smila áspera e suas variedades, que crescem nas regiões mediterrâneas da França, Espanha, Itália e Grécia. Crescem ao longo de sebes, moitas e velhas ruinas. A África também é muito pobre, ai achamos a smilax mauritania Poir. As outras espécies e variedades enumeradas por Kunth, em número de 190, estão dispersas em diversos países dos dois hemisférios, onde habitam as regiões temperadas e tropicais. Encontram-se nas Américas, nas Antilhas, na China e no Japão, Crescem em terrenos baixos e pantanosos, nas florestas e sobre as montanhas variando de 100 a 9 mil pés.
Algumas tentativas de exportação, de smilax de um país foram feitas com sucesso.
Na Inglaterra, cultivam-se algumas espécies empregadas em medicina, onde dão bons produtos, quer as das montanhas quer as dos pântanos.
O uso das smilax, na arte de curar, remonta a uma época muito recuada. Os asiáticos a empregavam no tratamento de uma doença que se supunha ser a sífilis.
Foi importada pela primeira vez para a Europa, por volta de 1525, por um português, Vicente Gillen de Tristão, sob o nome de “squine” (smilax china), e fez maravilhas; Carlos V, diz-se, usava-a sem os seus médicos saberem e curou-se de numerosas enfermidades (gota, varíola, etc). Graças a estes sucessos, a “squine” usurpa o lugar do guaiaco, o qual, importado mais ou menos em 1508, conquistou no espaço de alguns anos, a reputação de curar as doenças mais rebeldes (gota, sífilis, reumatismo). Admite-se geralmente que a “squine” chegou a Europa procedente da China e do Japão; Nicolau Massa pretende, sem razão, que a sua procedência é uma ilha da América, chamada China. Pela mesma época, algumas espécies, empregadas nas Antilhas pelos naturais da região, antes da conquista feita pelos espanhóis, foram igualmente importadas por estes conquistadores, que as levaram para a Europa, sob o nome de zarzaparilla (de zarza, espinheiro, parilla, pequena videira), o nome este dado a smilax áspera que cresce na Europa, Jeronimo Coardan, de Milão em 1553 afirmava ter sido o primeiro a usá-la, tendo obtido resultados maravilhosos. Entretanto, em 1539, Rodrigo Ruiz Dias, em seu Tratado de todos os santos, fala da salsaparrilha como adjuvante no tratamento da sífilis pelo mercúrio ( mal serpentário, originário da Ilha espanhola onde é conhecido pelo nome de buayuaras, hipas, tainas e lias); se der crédito a Dupau os espanhóis só trouxeram esta planta a Europa em 1563.
Até pouco tempo olhava-se a raiz como única parte da planta usada na medicina. No entanto, a maior parte das espécies comerciais são fornecidas pelas raízes de diversas espécies de smilax.

Bibliografia: Edmond  Vandercolme – Tese de doutorado de medicina apresentado em 21 de julho de 1870 à faculdade de Medicina de Paris. Revista da Flora Medicinal – 1937.

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