Dentre as nossas plantas usadas pelos nossos índios para embriagar os peixes e pescar com a mão em lagoas e águas paradas destacam-se: espécie da família das Leguminosas, uma grande maioria das plantas da família das Sapindáceas e ainda um pequeno numero de plantas da família das Euphobiaceas. das Myrtaceas, das Minispermáceas etc... Todas estas plantas são indiferentemente chamadas de plantas Tingui ou Timbó, outras vezes chamadas de Tinguí de planta, Cipó Tinguí, Cipó Timbó ou Timbó peixe.
Na família das leguminosas a mais conhecida é a Thephrosia toxicaria Pers, também conhecida por Anil bravo. Pequeno arbusto de caule ereto, lenhoso, com folhas compostas de 10 a 20 pares de folíolos, os quais medem 3 a 4cms, de comprimento sobre 3 a 8mm de largura , são obtusos e levemente pilosos na face interior. O fruto é uma vagem de 5 a 6cms de comprimento sobre 2 a 3cms de largura, ligeiramente coberta de pequenos pelos cor e ferrugem.
As raízes são tuberosas e quando frescas e esmagadas servem para “tinguir” as lagoas e águas paradas dos riachos, com o objetivo de embriagar os peixes e apanhá-los com a mão. Nas proximidades de Santarém, no Pará, esta planta é conhecida como Timbó peixe. O suco de suas raízes tuberosas é considerado veneno narcótico-acre.
Ao lado desse Timbó, destacam-se também a planta conhecida como Timbó de boticário, por ser mais usada na farmácia, é ela o Lanchocarpus Peckoltii, Wawra, cujas raízes possuem as mesmas virtudes que as da Tephrosia toxicaria, sendo até considerada de efeito mais tóxico para os animais de sangue frio. Este Timbó foi analisado, e nas cascas frescas das raízes achamos: Timboína é um alcalóide volátil que possui aroma ativo, acre, desagradável e é de efeito fortemente tóxico. Há também o Ácido lonchocarpico cristalizado.
A casca fresca da raiz dessa planta, quando contusa, é empregada para matar piolhos, carrapatos e as bicheiras dos animais. Esta casca fresca é bastante usada pelos caboclos para embriagar os peixes.
A cataplasma da casca fresca contusa da raiz é empregada para combater as moléstias crônicas do fígado, produzindo no local sobre a pele, uma forte vermelhidão.
As cascas secas desta planta perdem inteiramente as suas propriedades ativas. O extrato hidro-alcoolico das cascas frescas da raiz é usado externamente como resolutivo dos tumores. Com este extrato prepara-se nas farmácias o famoso emplasto de timbó, outrora preconizado para tratamento das hepatites crônicas. A alcoolatura da casca da raiz é sem dúvida a melhor
Nenhum comentário:
Postar um comentário