terça-feira, 22 de outubro de 2013

Considerações sobre a o óleo Chaulmúgrico.

Determinamos as constantes dos óleos obtidos da C. brasiliensis e a Caloncoba echinata, Gilg. Plantadas no Horto Florestal de São Paulo. Da C. Brasiliesis fizemos estudo anatômico do depisperma da semente, ilustrando-o com microfotografias dos cortes obtidos. A C. echinata Gilg, espécie africana, foi perfeitamente aclimatada no Brasil (Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo). Seus frutos são de pequeno diâmetro, coberto de espinhos comoo os da castanha, e o tamanho das sementes é quase igual ao de um grão de arroz, o que destituiria o interesse prático e comercial da cultura, si o óleo não encerrasse elevada percentagem em glicerides chaulmúgrico (74,9%) e glicérides górlicos (14,7%), dependendo de estudos posteriores, opinião cvonncludente e respeito.
Ressaltamos entre as espécies nacionais, a Mayna odorata Aubl, (Amazonas) e a Lindackeria mayenensis Benth (Amazonas e Guianas) as quais apesar do alto poder, rotatório conhecido (respectivamente + 50,4º e + 48,5º) não tiveram nenhuma experimentação clínica.
Cerca de 43 espécies já classificadas são hoje incorporadas a este gênero de tão transcedente importância, ao qual pertencem as primeiras espécies antilepróticas conhecidas (H.Kurzii, H. anthelmintica, H laurifólia).
Já em 1552-1578 existia uma gravura no “Pent-são-kang-um” um herbário Chinês sem dúvida a mais antiga a respeito, e pertencente indubitávelmente ao H. anthelmintica. Parece tratar evidentemente do mesmo Hydnocarpus a citação encontrada na Enciclopedia Nipochinesa “Wakan Sansai Zuve” (1713) quanto ao óleo “taifushi” indicado como remédio para o mal.
Um nome muito semelhante Ao do atual “chaulmugra” é “chawul-magri” ou “chaulmugri” mencionado no dicionário árabe de 1771 “Makhzan –al- Adwyia” (Tesouro da Medicina) composto por um médico persa Mohamed Husein. É um nome hunduatani, usado ainda hoje, com a forma “chaulmugra”, para designar o H. Kurzii em certas regiões da Índia.
No Ocidente o introdutor da medicação chaulmúgrica foi Mouat em 1854.
Os ésteres etílicos, os quais rapidamente suplantaram o óleo por oferecerem maior tolerância e maior pronta absorção.
No Brasil, esses ésteres são preparados em grande escala no “Centro Internacional de Leprologia”, no Rio de Janeiro e no “Serviço de Profilaxia da Lepra” em São Paulo, onde a diferentes formas medicamentosas são os mesmos associados.
Quanto aparte essencialmente química dos óleos chaulmúgricos, procuramos estendê-la, incluindo os estudos realizados desde Peckolt (1866) ATÉ Cole e Cardoso (1939), reunindo num grande quadro todos os ácidos chaulmúgricos conhecidos.
Longa série de estudos é descrita com algumas observações originais, abrangendo diversos pesquisadores e pormenorizando a composição química qualitativa e quantitativa dos diferentes óleos, reações coloridas e microcristalinas.
Concluímos que: As plantas da família das Flacourtiaceas, pelas suas sementes oleaginosas, aparecem como o recurso máximo da terapêutica antileprotica, em seu estado atual. Em terras exóticas viceja a imensa maioria das espécies e o Brasil abriga apenas número limitado delas. Pesadas importações de óleos de chaulmugra asiáticas oneram as serviços oficiais de assistência aos hansenianos. Dificuldades de toda ordem entravam a utilização das espécies indígenas ou aclimadas.


Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia – 1941 – Helena Possôlo- Chefe do laboratório de Química do Serviço de Profilaxia da Lepra do estado de São Paulo. Membro correspondente da Academia Nacional de Farmácia.

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