Determinamos
as constantes dos óleos obtidos da C.
brasiliensis e a Caloncoba echinata, Gilg. Plantadas no Horto Florestal de
São Paulo. Da C. Brasiliesis fizemos estudo anatômico do depisperma da semente,
ilustrando-o com microfotografias dos cortes obtidos. A C. echinata Gilg, espécie
africana, foi perfeitamente aclimatada no Brasil (Rio de Janeiro, Minas Gerais
e São Paulo). Seus frutos são de pequeno diâmetro, coberto de espinhos comoo os
da castanha, e o tamanho das sementes é quase igual ao de um grão de arroz, o
que destituiria o interesse prático e comercial da cultura, si o óleo não encerrasse
elevada percentagem em glicerides chaulmúgrico (74,9%) e glicérides górlicos
(14,7%), dependendo de estudos posteriores, opinião cvonncludente e respeito.
Ressaltamos
entre as espécies nacionais, a Mayna
odorata Aubl, (Amazonas) e a Lindackeria mayenensis Benth (Amazonas e
Guianas) as quais apesar do alto poder, rotatório conhecido (respectivamente +
50,4º e + 48,5º) não tiveram nenhuma experimentação clínica.
Cerca de 43
espécies já classificadas são hoje incorporadas a este gênero de tão
transcedente importância, ao qual pertencem as primeiras espécies
antilepróticas conhecidas (H.Kurzii, H. anthelmintica, H laurifólia).
Já em
1552-1578 existia uma gravura no “Pent-são-kang-um” um herbário Chinês sem
dúvida a mais antiga a respeito, e pertencente indubitávelmente ao H.
anthelmintica. Parece tratar evidentemente do mesmo Hydnocarpus a citação
encontrada na Enciclopedia Nipochinesa “Wakan Sansai Zuve” (1713) quanto ao
óleo “taifushi” indicado como remédio para o mal.
Um nome muito
semelhante Ao do atual “chaulmugra” é “chawul-magri” ou “chaulmugri” mencionado
no dicionário árabe de 1771 “Makhzan –al- Adwyia” (Tesouro da Medicina)
composto por um médico persa Mohamed Husein. É um nome hunduatani, usado ainda
hoje, com a forma “chaulmugra”, para designar o H. Kurzii em certas regiões da
Índia.
No Ocidente o
introdutor da medicação chaulmúgrica foi Mouat em 1854.
Os ésteres etílicos,
os quais rapidamente suplantaram o óleo por oferecerem maior tolerância e maior
pronta absorção.
No Brasil,
esses ésteres são preparados em grande escala no “Centro Internacional de
Leprologia”, no Rio de Janeiro e no “Serviço de Profilaxia da Lepra” em São
Paulo, onde a diferentes formas medicamentosas são os mesmos associados.
Quanto aparte
essencialmente química dos óleos chaulmúgricos, procuramos estendê-la,
incluindo os estudos realizados desde Peckolt (1866) ATÉ Cole e Cardoso (1939),
reunindo num grande quadro todos os ácidos chaulmúgricos conhecidos.
Longa série
de estudos é descrita com algumas observações originais, abrangendo diversos
pesquisadores e pormenorizando a composição química qualitativa e quantitativa
dos diferentes óleos, reações coloridas e microcristalinas.
Concluímos
que: As plantas da família das Flacourtiaceas, pelas suas sementes oleaginosas,
aparecem como o recurso máximo da terapêutica antileprotica, em seu estado
atual. Em terras exóticas viceja a imensa maioria das espécies e o Brasil abriga
apenas número limitado delas. Pesadas importações de óleos de chaulmugra asiáticas
oneram as serviços oficiais de assistência aos hansenianos. Dificuldades de
toda ordem entravam a utilização das espécies indígenas ou aclimadas.
Bibliografia:
Revista Brasileira de Farmácia – 1941 – Helena Possôlo- Chefe do laboratório de
Química do Serviço de Profilaxia da Lepra do estado de São Paulo. Membro
correspondente da Academia Nacional de Farmácia.
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