5. Spigelia anthelmia L. (lombrigueira).
Esta pequena erva anual dos terrenos úmidos é registrada pelo naturalista Feijó
com os mesmos usos medicinal popular referido pelas comunidades atuais. E ,
portanto, um dos vermífugos mais antigos da medicina popular cearense.
6. Convolvulus michoacan ( batata de purga)
Provavelmente esta espécie corresponde hoje a Operculina macrocarpa (L.). Farwell e sua congere O.alata (Meiss) Urban, cujo nome popular
e usos são, ainda, os mesmos de hoje. Ambas são trepadeiras lenhosas, de raízes
tuberosas grandes e piriformes. A primeira é bienal e apresenta flores alvas em
demorada floração. A segunda é anual e suas flores são amarelas. Os tubérculos de
ambas estão oficializados na Farmacopéia com o nome de jalapa brasileira e são
largamente comercializados sob o nome de aparas de batata de purga.
Batata de purga - Convulvulus michoacan |
7. Polygonum virginianum (pimenta d’água)
corresponde, pela descrição, a Polygonum
acre H.B.K conhecida vulgarmente, também, pelo nome de pimenta d’água ou,
segundo a denominação sulina, erva de bicho. O registro de seu uso como anti-hemorroidal,
hoje raro, no Nordeste, coincide com seu emprego atual feito através de
produtos fitoterápicos industrializados.
Quase meio
século depois do trabalho do naturalista Feijó aparece a primeira publicação
específica sobre plantas medicinais cearenses versando sobre 67 espécies
regionais e seu emprego medicinal. Esta publicação, de autoria dde Manoel
Freire Alemão de Cisneiros (1834-1863), mais conhecido como Freire Alemão
Sobrinho é referida como sendo o primeiro texto de matéria médica de Plantas
Medicinais do Ceará. Foi divulgada em 1860, sob o título Lista dos Simplices da Matéria Médica Brasileira que se Encontram na Província
do Ceará coincidindo com a publicação da “Flora Cearense”, de Francisco
Freire Alemão (1790 -1874), elavorada durante os anos de 1859-1861, enquanto
presidia a Comissão Científica que desenvolveu vários estudos no Ceará.
Meio século
depois, no ano de 1919, vem à lume, a Botânica Médica Cearense do Professor
Francisco Dias da Rocha (1869-1960), naturalista versado no exercício da
fitoterapia, ocupando-se de 166 espécies de plantas nativas na região, e que,
na palavra do próprio autor, tratava-se da primeira edição da terapêutica
indígena cearense. Este trabalho foi ampliado reeditado pelo próprio autor em
1947.
Entretanto, a
principal fonte de consulta, facilmente disponível, para a atual geração de
botânicos, químicos, farmacologistas, e mesmo para os leigos interessados em
plantas medicinais nordestinas, veio a ser o livro do Profº Raimundo Renato de
Almeida Braga (1905-1968), Plantas do Nordeste, especialmente do Ceará, editado
em 1953.
Renato Braga,
escritor e historiador por vocação e agrônomo, professor de zootecnia por
profissão, reuniu em 1.416 verbetes de seu livro, um grande número de
informações sobre a maioria das plantas da flora nordestina, incluindo muitos
dados acerca de seus usos o que permite considerá-lo como uma verdadeira
botânica econômica regional. Por causa de sua intensa procura, este livro foi
reimpresso oito vezes, pela Editora Mossoroense, da Escola Superior de Agronomia
de Mossoró (ESAM), em sucessivas edições, a partir da segunda edição tirada em
1960.
CONTINUA
Bibliografia:
Revista Brasileira de Farmácia, 72(1): 21-24, 1991 – F.J. de Abreu
Matos-Supervisor do Horto de Plantas Medicinais. Universidade Federal do Ceará
– Campus do Pici 60.750 – Fortaleza Ceará
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